Ibovespa fecha em queda, puxado por siderúrgicas, com cautela no exterior

After Hours: Apesar do sentimento de maior aversão ao risco, índices americanos S&P e Nasdaq fecharam em alta de até 0,98%

After hours
10 de Maio, 2022 | 05:28 PM

Bloomberg Línea — Após uma sessão volátil, com o Ibovespa (IBOV) operando entre perdas e ganhos ao longo da tarde desta terça-feira (10), o principal índice de renda variável da Bolsa brasileira fechou em queda de 0,14%, aos 103.109 pontos.

O sentimento de cautela tomou conta do humor dos mercados, diante das preocupações com o avanço da inflação global e menor crescimento econômico. Amanhã (11), serão divulgados dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, que serão acompanhados de perto pelos investidores.

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Por aqui, a sessão foi de forte baixa para empresas de siderurgia como Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), que caíram 4,36%, 5,82% e 6,78%, respectivamente. Os papéis reagiram à notícia da Reuters de que o governo estuda remover a tarifa de importação sobre aço para amenizar a escalada dos preços.

O dia, contudo, foi de ganhos para as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que subiram 1,26% (ON) e 0,87% (PN), apesar da baixa do petróleo: o petróleo tipo Brent para julho recuou 3,28%, a US$ 102,46 o barril, enquanto o tipo WTI para junho caiu 3,23%, para US$ 99,76 o barril.

Os maiores ganhos do dia, por sua vez, vieram de varejistas e de empresas ligadas à tecnologia, como Natura (NTCO3), que subiu 8,73%, Petz (PETZ3), com alta de 7,29%, e Méliuz (CASH3), que avançou 4,97%.

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As empresas reagiram aos dados do varejo brasileiro, que mostraram alta mensal de 1% em março, no terceiro aumento consecutivo do ano, segundo o IBGE. Na comparação anual, o indicador avançou 4%.

Confira como fecharam os mercados nesta terça-feira (10):

Por aqui, os investidores digeriram ainda a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o Banco Central elevou a taxa Selic para 12,75% ao ano. Na ata, a autoridade monetária reiterou o cenário de grande incerteza que implica pressões inflacionárias persistentes e prolongadas, dizendo que tal contexto exige uma continuidade do ciclo de aperto monetário.

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Na avaliação de Caio Megale, economista-chefe da XP, apesar de o Copom ter descrito como “provável” uma alta adicional de menor magnitude na próxima reunião, não pareceu se comprometer muito com tal sinalização. Segundo ele, a ata “provavelmente” sinalizou um ciclo perto do fim, mas deixou as portas abertas com relação aos próximos passos.

Cena externa

Nos Estados Unidos, as ações reduziram os ganhos, com os traders tentando entender os comentários de uma infinidade de membros do Federal Reserve antes dos principais dados de inflação americanos amanhã (11).

Autoridades do Fed reforçaram a mensagem do presidente Jerome Powell de que aumentos de meio ponto estão sobre a mesa em junho e julho, mas um movimento maior pode ser justificado no final do ano. A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse à Bloomberg Television que “não descartamos 75 para sempre”.

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Seu colega de Nova York, John Williams, espera que o banco central “se mova rapidamente para trazer a taxa Fed Funds de volta a níveis mais normais este ano”. O governador do Fed, Christopher Waller, disse que uma economia forte dos EUA pode ter taxas mais altas.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.