Membro do Fed diz que não vê necessidade de altas de juros acima de meio ponto

Após descarte de alta de 75 pontos-base, dirigentes do Fed devem aguardar que a política monetária chegue a uma faixa neutra para avaliar próximos passos

Dirigente do Fed defende mais aumentos de meio ponto percentual nas taxas
Por Steve Matthews
09 de Maio, 2022 | 12:40 PM

Bloomberg — O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse que prefere que os formuladores de política monetária continuem a aumentar juros em incrementos de meio ponto percentual.

Uma alta de meio ponto “já é um movimento bastante agressivo”, disse Bostic a Michael McKee em entrevista na Bloomberg Television nesta segunda-feira (9). “Acho que não precisamos ser ainda mais agressivos. Acredito que podemos manter esse ritmo e essa cadência e realmente ver como os mercados evoluem.”

Autoridades do Fed aumentaram as taxas de juros em 0,5 ponto percentual na semana passada e o presidente Jerome Powell sinalizou que continuariam nesse ritmo nas reuniões de junho e julho para conter a inflação, e que se opunha à implantação de um aumento maior de 0,75 ponto percentual.

Os críticos dizem que o banco central dos Estados Unidos foi muito lento em meio às pressões de preços mais fortes em 40 anos. James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, disse que embora 0,75 ponto percentual não seja sua previsão, um aumento desse tamanho poderia ser considerado se necessário e foi usado com sucesso pelo Fed na expansão dos anos 1990.

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“Eu realmente acho que precisamos chegar a algum lugar na zona neutra”, disse Bostic, referindo-se a uma política que não estimula nem contrai a economia. “Vejo algo entre 2-2,5% como nosso intervalo neutro. Então vamos esperar e ver o que acontece.”

Quando a política monetária atingir a faixa neutra, os dirigentes do Fed poderão avaliar se são necessários movimentos adicionais de meio ponto, movimentos de 0,25 ponto percentual ou nenhum movimento, disse ele.

“Na minha opinião, vamos determinar aumentos algumas vezes – talvez duas, talvez três vezes – ver o que acontece, ver como a economia responde, ver se a inflação continua se aproximando de nossa meta de 2%”, disse Bostic. “E então podemos realmente fazer uma pausa e ver como as coisas estão indo.”

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Ao mesmo tempo, Bostic reiterou que está comprometido em fazer o que for necessário para reduzir a inflação.

“A primeira coisa que tenho em mente é que a inflação está muito alta e precisamos agir de forma definitiva e com propósito para tentar controlar isso”, disse.

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