SEC processa Vale por falsas alegações sobre Brumadinho

Mineradora sabia que a barragem de Brumadinho não atendia a padrões internacionais, de acordo com a SEC

A queixa da SEC, apresentada em um tribunal federal no Brooklyn, busca penalidades civis, recuperar ganhos ilícitos mais juros
Por Matt Robinson
28 de Abril, 2022 | 12:30 PM

Bloomberg — A comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, entrou com processo contra a Vale (VALE3), uma das maiores mineradoras de minério de ferro do mundo, por supostamente fazer alegações falsas sobre segurança antes do colapso de sua barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019, que matou 270 pessoas.

A Vale, com sede no Rio de Janeiro, enganou governos locais, comunidades e investidores por meio de suas divulgações ambientais, sociais e de governança, a partir de 2016, disse a U.S. Securities and Exchange Commission em comunicado nesta quinta-feira.

A Vale, que tem ações negociadas na bolsa de Nova York e no Brasil, disse falsamente a investidores que a empresa aderiu às “mais rígidas práticas internacionais”, apesar de saber que a barragem de Brumadinho não atendia a padrões internacionais, segundo a SEC.

“Enquanto supostamente ocultava os riscos ambientais e econômicos representados por sua barragem, a Vale enganou os investidores e levantou mais de US$ 1 bilhão em nossos mercados de dívida enquanto seus títulos eram negociados ativamente na NYSE”, disse Melissa Hodgman, diretora associada da divisão de fiscalização da SEC, no comunicado.

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A Vale discorda ‘fortemente’ de alegações da SEC e vai contestar todas elas, disse o CFO Gustavo Pimenta em teleconferência com investidores nesta quinta-feira.

A queixa da SEC, apresentada em um tribunal federal no Brooklyn, busca penalidades civis, recuperar ganhos ilícitos mais juros. Segundo o regulador, além dos “imensuráveis danos ambientais e sociais” causados pelo colapso, o incidente ajudou a reduzir o valor de mercado da Vale em US$ 4 bilhões.

A Vale aludiu ao caso da SEC em um comunicado recente junto ao regulador. A empresa disse que o órgão de vigilância de Wall Street e a CVM no Brasil estavam investigando as divulgações da empresa.

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