Brasília em Off: Guedes será o próximo alvo de Lula em campanha contra Bolsonaro

Candidato à presidência avaliou que ministro da Economia do governo tem sido poupado de críticas

Avaliação é que Guedes, como a cara do governo Jair Bolsonaro na economia, também precisa virar alvo, uma vez que essa é a principal pauta da corrida eleitoral
Por Martha Beck
14 de Abril, 2022 | 04:28 PM

Bloomberg — Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem começar a fazer mais críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A avaliação é que Guedes, como a cara do governo Jair Bolsonaro na economia, também precisa virar alvo, uma vez que essa é a principal pauta da corrida eleitoral.

Em jantar realizado no início da semana com senadores em Brasília, Lula avaliou que Guedes era poupado de críticas. Apesar da pressão para que apresente logo seu programa econômico, o time do ex-presidente quer esperar o lançamento de sua pré-candidatura, prevista para o dia 7 de maio.

Novo tom

O Ministério da Economia nunca foi muito afeito à forma como o Banco Central se refere à condução da política fiscal. Mas esse desconforto tem ficado mais claro e levado a uma mudança de tom nos comentários feitos pela equipe econômica sobre o tema em reuniões fechadas.

Antes, dizia-se na Economia que alertas sobre riscos fiscais presentes em documentos do Banco Central eram feitos de forma coordenada com a pasta, para ajudar a combater pressões por mais gastos.

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Agora, o tom já é outro. Integrantes da Economia alegam que a autoridade monetária preferiu, por conta própria, colocar alertas sobre riscos fiscais em seus comunicados enquanto era leniente na condução de sua tarefa primordial em 2021, mantendo os juros reais negativos e abrindo caminho para maior pressão inflacionária.

Ataque

Guedes tem dito que o número de pessoas que pedem sua cabeça na Esplanada dos Ministérios diminuiu, especialmente depois que Onyx Lorenzoni e Rogério Marinho deixaram seus ministérios para concorrerem nas eleições de outubro. Segundo Guedes, esse número caiu de cerca de uma dúzia para uns dois ou três.

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O ministro já tem feito planos para um eventual segundo mandato de Bolsonaro, incluindo levar a Petrobras (PETR4) para o Novo Mercado e avançar na reforma tributária.

Várias queixas

A equipe de Guedes, por outro lado, tem sofrido ataques especulativos. Carlos Henrique Angrisani, assessor internacional para assuntos econômicos, e Daniella Marques, secretária especial de Produtividade e Competitividade e braço direito do ministro, receberam convites para atuar em ministérios palacianos. Guedes tem brincado que trabalha para ter bons quadros e agora tem que tomar cuidado para não perder ninguém.

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