Verde Asset: ‘calmaria do noticiário local é apenas temporária’

Em março, o fundo Verde teve ganhos de 4,19%, ante variação de 0,93% do CDI; principais posições incluem ações, inflação e petróleo

Em 2022, fundo Verde FIC FIM avança 7,13%, ante variação de 2,43% do CDI.
09 de Abril, 2022 | 06:22 PM

Bloomberg Línea — Em março, o fluxo de notícias externas pautadas na guerra na Ucrânia, no aumento do preço das commodities e forte inflação, que continuou a pressionar bancos centrais ao redor do mundo, foram os principais direcionadores do mercado brasileiro. Por aqui, a (relativa) calmaria do noticiário local tem os dias contados. A avaliação é da Verde Asset, renomada gestora de Luis Stuhlberger.

Em carta enviada aos cotistas referente ao desempenho de março do multimercado Verde FIC FIM, a gestora defende que essa tranquilidade deve ser apenas temporária, à medida que a fase aguda do ciclo eleitoral se aproxima, e a “disputa dá sinais que será mais competitiva do que o consenso imaginava até pouco tempo atrás”.

A Verde destaca que a forte alta dos preços das commodities traz um grande benefício para a balança comercial brasileira, explicando em grande medida a boa performance do real e do Ibovespa. “Por outro lado, a persistência inflacionária mantém as taxas de juros bem acima do neutro”, escreve a gestora.

Neste contexto, o fundo tem posições tomadas (que ganham com a alta das taxas) em juro nos Estados Unidos e, em menor medida, na Europa. O fundo também está comprado (apostando na alta) em inflação implícita no Brasil, e em petróleo via opções. As alocações de bolsa, por sua vez, estão concentradas em ações brasileiras.

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A gestora chama atenção ainda para os aspectos estagflacionários do quadro macro atual, que têm levado a uma reprecificação “violenta” das taxas de juros pelo mundo. “Por ora, nos surpreende como o mercado acionário global tem absorvido bem esse forte aumento das taxas de desconto, e nos perguntamos até quando isso vai durar”.

Desempenho

Em março, o fundo Verde FIC FIM teve ganhos de 4,19%, ante variação de 0,93% do CDI. No período, as maiores contribuições positivas vieram das posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos, além de ações brasileiras, inflação implícita no Brasil e opções de petróleo.

Já no acumulado do ano, o fundo avança 7,13%, ante variação de 2,43% do CDI.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.