‘Período mais perigoso’: estrategistas recomendam investir menos em ações

Conselho é investir em ações de qualidade que garantem renda e apresentam balanço patrimonial sólido

Estrategistas alocam apenas 42% em ações; ativos em dólar representam 55% da carteira
Por Michael Msika
24 de Março, 2022 | 03:42 PM

Bloomberg — Os mercados estão entrando em um período “mais perigoso” e é recomendável reduzir a exposição a ações, de acordo com estrategistas do Société Générale (SOGEM).

“Estamos entrando em uma nova fase de ciclos de mercado, em que o aperto monetário nos Estados Unidos pode se tornar um obstáculo”, afirmaram estrategistas liderados por Alain Bokobza em relatório. “A inflação começa a dar a aparência de ser permanente e a espiral de inflação e salários continua a todo vapor.”

Os estrategistas reduziram o percentual de ações alocado na carteira de multimercados em 7 pontos percentuais, chegando a 42%. Metade dessa alocação continua em ações dos EUA. No total, os ativos em dólar agora representam 55% da carteira.

O Federal Reserve e outros bancos centrais estão entrando em uma perigosa fase de aumentos acelerados nos juros que causarão aperto nas condições de liquidez”, escreveu Bokobza. Para ele, a redução de riscos será tema central e a recomendação é investir em ações de empresas de “qualidade” que geram renda e têm balanço patrimonial sólido.

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  Aumento nos rendimentos dos títulos e aperto na política monetária preocupa mercado acionáriodfd

As bolsas globais caíram 7% este ano em resposta à inflação persistente, à postura mais agressiva dos bancos centrais e à invasão da Ucrânia pela Rússia. Os riscos ao crescimento global se intensificaram. Os preços de energia subiram depois que os EUA e a Europa adotaram rigorosas sanções econômicas contra a Rússia. Os estrategistas do Barclays (B1CS34) e do Morgan Stanley (MS) também ficaram mais pessimistas em relação à renda variável recentemente.

A guerra na Ucrânia dificultou as decisões de alocação de ativos, segundo Bokobza, porque a escalada e o recuo das tensões são igualmente prováveis. Ele também vê mudanças estruturais: as ações do setor de defesa devem atrair investimentos, enquanto projetos sustentáveis e outros temas de longo prazo, como o hidrogênio, provavelmente darão um novo salto.

O estrategista afirmou que está mantendo alguma exposição a ativos da China para aproveitar uma potencial aceleração econômica e que está de olho em ações de empresas chinesas menos favorecidas pelos investidores ultimamente.

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O mercado europeu também oferece bons pontos de entrada, segundo ele. “Taticamente, gostamos de apostas focadas em recuperação, incluindo dívida corporativa europeia, bancos europeus e pagadoras de dividendos da Zona do Euro, porque as más notícias já estão precificadas nesses ativos”, escreveu Bokobza.

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