Dólar desaba para R$ 4,85 e Ibovespa firma alta apesar de pressão externa

Altas fortes de papéis ligados a commodities, como Petrobras e Vale, tentam sustentar o tom positivo do principal índice da B3

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Bloomberg Línea — O dólar (USD/BLR) acelerou o ritmo de baixa no final da manhã desta quarta e passou a ser negociado na casa de R$ 4,85. A moeda americana já recua pelo sexto dia seguido, rompendo sucessivamente patamares considerados de resistência para as cotações, com a perspectiva de fluxo crescente de recursos para o país e de juros maiores no Brasil.

  • A moeda americana estava sendo negociada a R$ 4,853 pouco depois das 12h20, com baixa de 1,2% no dia em relação ao fechamento anterior;
  • O Ibovespa (IBOV) tinha alta de 0,71%, marcando 118.108 pontos, puxado pelas altas de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4);

O desempenho dos mercados brasileiros contrasta com o tom negativo das bolsas globais, que recuam na esteira da forte turbulência no mercado de títulos. O foco dos investidores ainda está voltado para os efeitos da guerra e o aperto da política monetária para conter a inflação.

  • O petróleo avança nesta quarta com o risco de novas restrições à Rússia, um dos maiores produtores da commodity. O WTI superou US$ 110 por barril, enquanto os futuros de Brent subiram para US$ 120 por barril. O presidente Joe Biden e aliados se reúnem amanhã (24) em Bruxelas e devem anunciar novas sanções contra a Rússia.
    • Nos EUA, o Dow Jones caía 0,7%, enquanto o S&P 500 recuava 0,5% e o Nasdaq 100 tinha baixa de 0,1%

Contexto externo

Traders de derivativos estão preparados para um ciclo de taxas mais acentuado depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou explicitamente que uma alta de meio ponto em maio pode ocorrer, se necessário. Sua opinião é que a economia é forte o suficiente para suportar custos de empréstimos mais altos.

No entanto, as preocupações com o crescimento estão perturbando os mercados à medida que a guerra se alastra na Ucrânia e os consumidores arcam com o aumento do custo de vida.

A Rússia reiniciará as negociações na quinta-feira (24) de algumas ações locais, encerrando a longa paralisação recorde do país após a invasão da Ucrânia e sanções subsequentes. A Bolsa de Moscou retomará a negociação de 33 ações russas, incluindo algumas das maiores empresas, como Gazprom PJSC e Sberbank PJSC.

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