Bloomberg — O Senado argentino aprovou o acordo de US$ 45 bilhões com o Fundo Monetário Internacional nesta quinta-feira (18), abrindo caminho para sua aprovação final pelo conselho de administração do organismo multilateral.
Em uma votação de 56 a 13 com três abstenções, os senadores aprovaram a legislação que sustenta o mais recente programa do FMI na Argentina após uma maratona de sessões que terminou às 23h em Buenos Aires.
O plano agora precisará ser votado pelo conselho executivo do FMI para entrar em vigor. A data da reunião do conselho não foi definida ainda, disse o porta-voz do FMI Arroz Gerry na quinta-feira.
Uma aprovação do conselho do FMI fecharia a acordo após dois anos de negociações com a equipe técnica e marcaria o 22º pacote do país com o credor multilateral.
O plano permite que a Argentina refinancie os próximos pagamentos devidos ao FMI de um empréstimo recorde concedido em 2018 ao governo anterior que não conseguiu estabilizar a economia.
O momento da votação do conselho será fundamental para determinar se o país entrará em calote com o credor multilateral. O país deve fazer pagamentos de cerca de US$ 2,8 bilhões até 22 de março.
Assim que o acordo for aprovado pelo conselho, a Argentina receberá quase imediatamente cerca de US$ 9,8 bilhões do FMI. O restante dos desembolsos depende do cumprimento das metas que são avaliadas durante as revisões trimestrais com o corpo técnico do FMI.

A decisão incomum do presidente Alberto Fernández de fazer o legislativo votar o acordo expôs uma divisão com membros da oposição e dentro de sua própria coalizão de esquerda.
O projeto de lei foi aprovado pelos deputados na semana passada, depois que parlamentares mudaram o texto para votar apenas no financiamento do FMI, não nas políticas econômicas do programa.
Economistas já disseram que as projeções do acordo serão difíceis de cumprir, mesmo antes de ser finalizado.
As autoridades preveem que a inflação anual em 2022 caia para entre 38% e 48%, comparada ao nível atual de 52%. Mas, bancos como o JPMorgan agora projetam inflação acima de 60% na Argentina este ano devido a fatores como o aumento global dos preços de alimentos e commodities.
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