Bloomberg — Foi um momento de cair o queixo quando, por alguns segundos, uma jovem interrompeu uma transmissão ao vivo da mídia estatal russa para acenar com uma placa que dizia: “Pare a guerra. Não acredite em propaganda. Eles estão mentindo para você!”
O que tornou o caso tão notável é o quanto Vladimir Putin foi adiante para cortar no país fontes de informações independentes e mídias sociais, incluindo Facebook e Twitter.
A mulher loira, vestida sobriamente em um terno preto, teve apenas um momento para dar o seu recado atrás de uma âncora de TV que lia, em tom robótico, o TelePrompter. Logo depois, o First Channel cortou a transmissão para uma cena genérica em um hospital.
A polícia russa deteve a manifestante, de acordo com o serviço de notícias Tass. A OVD-Info, um grupo de defensoria legal, identificou a manifestante como uma funcionária do First Channel.
A Tass citou uma fonte anônima sobre a legislação local, dizendo que a manifestante poderia ser acusada de uma violação administrativa por “desacreditar” as forças armadas da Rússia.
O First Channel é apoiado pelo Kremlin e tem sido uma das principais ferramentas da campanha de mensagens de Putin para reescrever a narrativa da guerra para mais de 140 milhões de russos.
Visual pós-soviético. Cenas inéditas de uma mulher correndo com um pôster antiguerra durante uma transmissão ao vivo do noticiário da noite no canal de TV estatal russo. “Pare a guerra. Não acredite na propaganda, eles estão mentindo para você!”
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