Consultores da Telecom Italia acreditam que a problemática operadora de telefonia pode atingir um valuation de até 27,8 bilhões de euros (US$ 30,6 bilhões) se seu plano de separação de ativos alcançar a meta de criar uma única rede de telefonia fixa na Itália, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Nesse cenário, valeria mais que o dobro do que o private equity KKR ofereceu pela empresa em novembro e mais de quatro vezes o seu valor de mercado atual de 5,8 bilhões de euros.
Uma nova estratégia anunciada pelo CEO Pietro Labriola no início deste mês pode elevar o valor da ex-monopolista para 1,3 euro por ação se seus ativos fixos forem totalmente separados e depois fundidos com a empresa menor Open Fiber, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas discutindo deliberações privadas.
O plano de Labriola visa extrair valor para seus investidores, separando a unidade de infraestrutura do negócio comercial.
Em um cenário alternativo, os consultores da operadora veem uma avaliação para a Telecom Italia de cerca de 1 euro por ação sem uma combinação com a Open Fiber. Nesse caso, uma participação de controle na unidade de rede seria vendida para fundos de infraestrutura, possivelmente incluindo o KKR, disseram as pessoas.
Ambos os cenários preveem vendas de participações em ativos de soluções corporativas e de TI, incluindo a unidade de nuvem Noovle e a unidade de cibersegurança Telsy, além de cerca de 700 milhões de euros em economia de custos ao longo de três anos, disseram as pessoas.
Um porta-voz da Telecom Italia não quis comentar.
“Uma fusão de rede fixa com a Open Fiber representa uma das maiores oportunidades de criação de valor para a Telecom Italia, mas o caminho para um acordo está cheio de obstáculos, como os esforços anteriores demonstraram”, disse Erhan Gurs, analista da Bloomberg Intelligence.
A Telecom Italia convocou uma reunião do conselho para 13 de março para apresentar uma resposta à oferta da KKR, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Vários membros do conselho, principalmente diretores independentes, são a favor de pedir a um comitê especial que busque mais detalhes do KKR, pois consideram que a oferta carece de alguns pontos específicos, disseram as pessoas.
Os dois maiores investidores da companhia, a francesa Vivendi e o italiano Cassa Depositi e Prestiti, disseram repetidamente que a oferta do KKR não reflete adequadamente o valor da empresa.
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