Bloomberg Línea — A volatilidade continuou dominando os mercados nesta terça-feira (8), com os índices acionários e o petróleo oscilando fortemente em meio ao noticiário relacionado à guerra na Ucrânia.
Os índices acionários dos Estados Unidos e o Ibovespa (IBOV), no Brasil, que tinham virado para alta à tarde, depois das falas do presidente Joe Biden, retomaram a queda no fim da sessão e encerram o pregão desta terça no terreno negativo.
A sessão, contudo, foi de nova alta para as commodities, em especial para o petróleo, que disparou após o presidente americano anunciar que vai proibir as importações de combustíveis fósseis russos.
A medida será acompanhada ainda pelo Reino Unido, que anunciará a proibição das importações de petróleo, embora continue permitindo a compra de gás natural e carvão do país. A decisão, que levou a commodity a ultrapassar os US$ 125 o barril em Nova York, tende a ampliar as crises de oferta do petróleo.
Nesta terça, o barril do petróleo tipo WTI para abril teve alta de 3,60%, a US$ 123,70, após disparar mais de 7% ao longo do pregão. Já o petróleo tipo Brent para maio subiu 3,87%, a US$ 127,98.
Com a valorização, as ações de petroleiras, como Petrobras (PETR3; PETR4), PetroRio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) tiveram alta na Bolsa brasileira. Os papéis da Petrobras subiram 1,61% (ON) e 2,08% (PN), enquanto PRIO3 teve ganhos de 1,42%, a R$ 27,94, e RRRP3 avançou 1,98%, a R$ 39,06
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Se recuperaram na B3 ainda as ações de aéreas como Azul (AZUL4), que subiram 7,09%, a R$ 19,17, e Gol (GOLL4), com alta de 7,08%, a R$ 13,15, após caírem forte na sessão anterior. Destaque ainda para Lojas Renner (LREN3), com ganhos de 6,37%, a R$ 23,38.
Já as maiores baixas do índice vieram de empresas como CSN (CSNA3) e Vale (VALE3), com baixas de 4,80% e 4,39%, respectivamente, negociadas a R$ 27,55 e R$ 100,46.
- O Ibovespa (IBOV) fechou o pregão em queda de 0,35%, aos 111.203 pontos;
- O dólar à vista caiu 0,67%, negociado a R$ 5,06;
- No mercado de juros futuros, o movimento de alta foi amenizado: o DI com prazo em 2025, por exemplo, subiu dois pontos-base, a 12,15%;
- Por volta das 18h15 (horário de Brasília), o Bitcoin (BTC) tinha ganhos de 1,70%, aos US$ 38.483;
Inflação e Fed
Ações, commodities, moedas e títulos soberanos têm oscilado descontroladamente nas quase duas semanas desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, com investidores sintonizados com qualquer mudança de sentimento que possa forçar uma recalibração no valuation dos ativos.
As atenções hoje recaíram sobre as novas sanções à Rússia, em meio à preocupação de que a inflação descontrolada prejudique o crescimento econômico global.
Isso porque o aumento dos preços de energia está complicando a tarefa dos formuladores de políticas econômicas, que enfrentam um delicado ato de equilíbrio no aperto para conter a inflação sem prejudicar a recuperação econômica.
Autoridades do Federal Reserve, o banco central americano, devem se reunir em 16 de março para revisar as taxas de juros.
Em relatório divulgado nesta terça, o UBS disse esperar agora uma antecipação do início da remoção de políticas de acomodação na reunião do Fomc de março. “O Fomc parece não se incomodar com as tensões geopolíticas e parece pronto para aumentar o intervalo da meta para a taxa em 25 bps e sinalizar que mais aumentos são necessários”, escreveu o banco.
Segundo os estrategistas do UBS, a ata divulgada após a reunião provavelmente reconhecerá a incerteza imposta pela guerra na Ucrânia, mas também sinalizará que mais aumentos de juros são considerados apropriados.
Confira o desempenho dos mercados internacionais:
- Na Europa, os índices fecharam mistos, próximos da estabilidade. O índice Dax, da Alemanha, caiu 0,02%, enquanto o índice FTSE 100 teve leve alta de 0,07%;
- Nos EUA, os mercados viraram para queda na última hora do pregão: o Dow Jones caiu 0,57%, o S&P 500 recuou 0,73%, enquanto o índice da Nasdaq cedeu 0,28%.
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