Mineradoras pressionam pela liberação de exploração de potássio no Amazonas

Em nota, entidade do setor afirma que expedição de licenciamento para empresas reduziria preço de fertilizantes

Mineradoras pressionam pela liberação de exploração de potássio na Amazônia/Photographer: Dado Galdieri/Bloomberg
02 de Março, 2022 | 07:40 PM

Bloomberg Línea — O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineradoras) quer que o governo federal se articule para reduzir o “déficit na balança comercial brasileira de fertilizantes” por meio da liberação da atividade mineradora em áreas hoje restritas.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (2), a entidade afirma que a principal solução para o problema é a expedição de licenciamento para exploração de potássio no estado do Amazonas. Seria a implantação do Projeto Silvinita, demanda antiga do setor de mineração de liberar a exploração de minérios na foz do Rio Madeira - ideia também defendida hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que milita pela aprovação de um projeto para liberar a mineração em terras indígenas.

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Para o Ibram, o projeto ganhou mais importância ao longo da última semana por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia. O Brasil importa 85% dos fertilizantes usados pelo agronegócio, dos quais 30% vêm da Rússia e 20%, da Bielorrússia. Por causa do conflito, os países suspenderam a venda de fertilizantes ao Brasil.

Segundo levantamento da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a suspensão já elevou o preço do produto em 5,8% na última semana.

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Para tirar o Projeto Silvintas do papel, o Ibram sugere a criação de uma força tarefa com órgãos do governo federal, como Ibama, Funai, Agência Nacional de Mineração e Petrobras; parlamentares da comissão de mineração e o governo do Amazonas.

As mineradoras ainda afirmam que outras soluções para o problema seriam “ampliar o investimento em pesquisa geológica focado na descoberta de depósitos de fosfato e principalmente potássio” e reduzir a carga tributária do setor.

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Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.