Bloomberg — Os preços do óleo vegetal avançam em todo o mundo e elevam os custos de matérias-primas usadas para tudo, desde fritar alimentos até acionar motores.
Do óleo de soja ao palma - usado em cerca de metade dos produtos de supermercado - os preços bateram recordes de vários anos ou chegaram próximos disso nesta semana.
A seca que afeta as lavouras de soja da América do Sul foi o golpe mais recente no abastecimento. Oleaginosas rivais, como palma e canola, também estão em déficit devido ao clima adverso e à escassez de trabalhadores. E as crescentes tensões na Ucrânia alimentam preocupações sobre as exportações de óleo de girassol da região-chave do Mar Negro.
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As próximas colheitas de grãos e oleaginosas dos EUA serão cruciais para aliviar a escassez nos mercados agrícolas, disseram analistas do Rabobank, em nota. “Mas a seca incipiente, as restrições de área plantada e a inflação, provavelmente, manterão o risco na Bolsa de Chicago em viés de alta.”
Os contratos futuros de óleo de soja em Chicago subiram 1,6%, e chegaram a 71,2 centavos de dólar por libra-peso, o maior desde 2008. Futuros de canola na América do Norte também estão à beira de uma alta histórica, e o óleo de palma atingiu um novo pico na Malásia .
Os preços de exportação do óleo de girassol na Ucrânia também estão subindo. Os fluxos agrícolas da região do Mar Negro continuam, apesar de um prêmio por risco nas taxas de frete, disse a consultoria Agritel, com sede em Paris, em um relatório. O centro de pesquisa UkrAgroConsult afirmou que não há problemas com os embarques, embora demandas novas tenham diminuído.
O Índice de Agricultura da Bloomberg atingiu um recorde histórico na terça-feira, enquanto o indicador de preços dos vegetais das Nações Unidas bateu recorde no mês passado.
“É, especialmente, no óleo de girassol que está o maior perigo”, diz o diretor da Agritel, Michel Portier. “A Ucrânia abarca quase 50% do market share nos meses de inverno, o que coloca em risco toda a logística dos principais importadores.”
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