Quem é quem na produção brasileira de pescados

Confira a lista dos Top 10 maiores produtores do Brasil e descubra de onde vem o peixe que você come e se ele é mais barato que outras proteínas

Oferta brasileira de peixes cresceu em 2021, mas perspectiva de aumento nos custos deve manter preços elevados ao consumidor
22 de Fevereiro, 2022 | 02:23 PM

Bloomberg Línea — A produção de peixes de cultivo do Brasil cresceu 4,74% em 2021. No total, foram produzidas pouco mais de 841 mil toneladas de pescado no ano passado, quase 40 mil toneladas a mais do que no ano anterior. A tilápia lidera de longe o ranking nacional e representa cerca de 63%, ficando os peixes nativos com 31% e os demais 6% com outras espécies.

Levantamento realizado pela PeixeBR, entidade que reúne os principais produtores nacionais, mostra que de cada 4,5 quilos de peixe produzidos em todo o Brasil no ano passado, um quilo saiu dos tanques e rios do Paraná. O Estado lidera com folga o ranking de produtores nacionais, tendo produzido no ano passado 188 mil toneladas de peixe, especialmente tilápia.

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Aliás, os três Estados que formam a região Sul do país, somados, representam 32% da produção nacional de peixes de cultivo. A região Nordeste ocupa a segunda colocação (19,3%), seguida de perto pelo Sudeste (18,2%). Donas de alguns dos maiores rios do mundo e com alta aptidão para produzir tanto variedades nativas ou não, as regiões Norte e Centro-Oeste possuem a menor representatividade na produção, com 17,2% e 13,3%, respectivamente.

Segundo Francisco Medeiros, presidente-executivo da PeixeBR, os preços ao consumidor no ano passado cresceram a um ritmo abaixo da inflação. Com isso, a expectativa é que o aumento nos custos de produção continuem sendo repassados neste início de ano.

No entanto, o executivo reconhece que o consumo ainda está muito concentrado nas classes com maior poder aquisitivo e que ainda é preciso fazer um trabalho de levar competitividade ao longo da cadeia. “O produtor de frango e de tilápia recebe mais ou menos o mesmo valor pelo quilo produzido. No entanto, na gôndola, o preço do peixe ainda é maior que o do frango”, explica.

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E ao que tudo indica a perspectiva não é de queda dos preços. Mesmo com a valorização de outras proteínas como carne bovina, frango e suínos, o mercado não deve aproveitar esse momento para ganhar espaço. Isso porque, soja e milho, base da ração das proteínas mais tradicionais, é a mesma dos pescados. Nesse contexto, os preços dos grãos no mercado nacional e internacional seguem sua constante trajetória de alta. A quebra na produção de soja e milho no Brasil neste ano tem sido o principal fator a dar sustentação às cotações da soja e do milho.

Apesar dos custos mais elevados, o setor segue otimista com o crescimento do consumo e com perspectivas de aumento da produção. O mercado externo é um dos principais fatores de influência para o crescimento esperado para este ano. No ano passado, as exportações da piscicultura brasileira totalizaram U$S 20,7 milhões, o que representou um aumento de 78% comparado com 2020. Em volume, o crescimento foi 49%, passando de 6.681 toneladas em 2020 para 9.932 toneladas no ano passado.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.