Barcelona, Espanha — Depois da queda de ontem, o mercado de renda variável tenta se dirigir à senda positiva, apesar das incertezas que nublam o cenário no curto prazo. Tanto os futuros de índices nos Estados Unidos como as bolsas europeias exibem ligeiras altas. Lembrando que hoje vencem cerca de US$ 2,2 trilhões em opções, o que deve turbinar a volatilidade nos EUA.
O títulos do Tesouro norte-americano e o dólar trabalhavam estáveis, enquanto ouro recuava. O petróleo bruto caía para abaixo dos US$ 90 por barril, com os operadores colocando na balança o potencial retorno dos barris iranianos ao mercado e o risco de ruptura no abastecimento energético pela Rússia.
🪖 No topo da lista
O imbróglio geopolítico continua ressoando com força. A mais recente notícia acena para a possibilidade de uma negociação. O Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov concordou em se encontrar com o Secretário de Estado americano Antony Blinken na Europa na próxima semana, disse o Departamento de Estado.
A definição de um encontro alivia a escalada da tensão. Ontem, os EUA aumentaram os alertas de uma possível invasão russa à Ucrânia, com advertências do presidente Joe Biden de que a probabilidade de um ataque ainda é “muito alto”.
As autoridades russas negam. Dizem que nenhuma invasão da Ucrânia estaria planejada ou em andamento. Porém, em uma resposta oficial às garantias de segurança propostas pelo governo Biden, o Kremlin observou que as ofertas eram insatisfatórias e a Rússia poderia ter que recorrer a “medidas técnico-militares”.
📉 Queda na semana
Os atritos alimentaram um tom de risco nos mercados financeiros globais. As ações globais rumam para uma segunda semana de perdas, prejudicadas pelo impasse entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia, bem como a perspectiva de aperto na política monetária do Federal Reserve (Fed).
🏦 BCs dominam os eventos
Hoje termina o encontro, realizado online e presencialmente na Indonésia, dos presidentes dos bancos centrais e os ministros das Finanças do Grupo dos 20. As lideranças têm previsto divulgar um comunicado hoje sobre os temas discutidos na reunião. Nos EUA, um fórum de política monetária contará com a presença de vários membros do Fed. Do outro lado do Atlântico, falam membros do Banco Central Europeu (BCE).
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🟢 As bolsas ontem: Dow (-1,78%), S&P 500 (-2,12%), Nasdaq (-2,88%), Stoxx 600 (-0,69%), Ibovespa (-1,43%)
A geopolítica continuou a preocupar os investidores. Enquanto os mercados de ações caíam, os operadores buscavam proteção em títulos do governo e outros ativos considerados defensivos. Quase 85% das ações de empresas do S&P 500 retrocederam na quinta-feira. Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos recuaram para abaixo de 2%, enquanto o ouro, o iene japonês e o franco suíço subiram.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Vendas de Casas Usadas (Jan), Índice de Indicadores Antecedentes dos EUA (Jan)
• Europa: Zona do Euro (Transações Correntes/Dez, Produção do Setor de Construção/Dez, Confiança do Consumidor/Fev); França (IPC/Jan, Taxa de Desemprego/4Tri21); Reino Unido (Vendas no Varejo/Jan)
• Bancos centrais: Fórum de Política Monetária dos EUA, com palestrantes do Fed como Charles Evans, Christopher Waller e Lael Brainard; Termina a reunião do grupo de 20 ministros das finanças e governadores de bancos centrais; Pronunciamentos de Frank Elderson e Fabio Panetta, do BCE
• Na América Latina: Brasil (não há eventos relevantes previstos); Colômbia (Pesquisa mensal de serviços de Bogotá/2021); México (Indicadores Trimestrais da Atividade Turística/3Tri21); Panamá (Entrada de Passageiros/2021); Chile (Índice de Custo do Transporte/Jan)
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-- Com informações de Bloomberg News