Rússia diz que algumas tropas estão retornando à base após exercícios

Kremlin negou consistentemente que planeja um ataque e o presidente Vladimir Putin endossou a continuidade da diplomacia com o Ocidente

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Bloomberg — A Rússia anunciou o início de uma retirada de algumas forças após exercícios que dispararam o alarme dos Estados Unidos e da Europa sobre um possível ataque militar à Ucrânia.

Os mercados se recuperaram com as notícias da retirada, já que os investidores consideraram a medida um sinal positivo de uma possível redução da escalada pela Rússia em meio a um grande impulso diplomático após semanas de alertas dos EUA e da Europa sobre os riscos de um conflito. O Kremlin negou consistentemente que planeja um ataque e o presidente Vladimir Putin endossou a continuidade da diplomacia com o Ocidente em conversas com seu ministro das Relações Exteriores na segunda-feira.

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Unidades dos distritos militares do oeste e do sul já estão carregando equipamentos no transporte rodoviário e ferroviário após concluir seus exercícios e começarão a retornar às suas bases permanentes nesta terça-feira (15), disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, em um vídeo publicado em seu site. Outras unidades militares continuam exercícios em campos de treinamento na Rússia e “assim que as atividades de treinamento de combate forem concluídas, as tropas, como sempre, retornarão” às suas bases, disse ele.

Os EUA e a Otan alertaram que a Rússia reuniu cerca de 130.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia em preparação para uma possível invasão e exigiram uma retirada para aliviar as tensões. A Rússia rejeitou as acusações ao dizer que os movimentos de forças em seu próprio território são um assunto interno. A Rússia continua seus maiores exercícios em anos na vizinha Bielorrússia, que devem terminar em 20 de fevereiro, e está realizando exercícios navais no Mar Negro, programados para terminar no domingo.

Putin pediu aos EUA e seus aliados que dessem amplas garantias de segurança, incluindo a proibição de uma maior expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que incluiria a recusa de uma futura adesão à Ucrânia. Eles rejeitaram suas exigências, mas ofereceram conversas sobre outras questões de segurança, incluindo restrições de mísseis e medidas para aumentar a confiança. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, descreveu essas propostas como “construtivas” e recomendou continuar as negociações na reunião com Putin, ao mesmo tempo em que estende os esforços para alcançar as garantias mais amplas.

O rublo subiu com a notícia, fortalecendo 1,3% em relação ao dólar, para 75,5518, às 12h53 em Moscou (06h53 de Brasília). O petróleo recuou do nível mais alto desde 2014, com os traders avaliando um possível resfriamento na crise. Os futuros do Brent caíram até 2,1%, sendo negociados abaixo de US$ 95 por barril, enquanto os futuros de Nova York também caíram.

A retirada foi anunciada horas antes de Putin se encontrar em Moscou com o chanceler alemão Olaf Scholz, o mais recente líder ocidental a conversar com ele sobre a crise. Putin teve telefonemas separados no sábado com o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron, que também viajou a Moscou na semana passada para quase seis horas de conversas com o líder do Kremlin.

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Depois de alertar que uma invasão russa poderia ocorrer ainda nesta semana, os EUA evacuaram sua embaixada de Kiev e instaram os cidadãos americanos a deixar a Ucrânia. O Kremlin rejeitou as alegações dos EUA como “histeria”, enquanto acusa o governo de Kiev de se preparar para tentar retomar à força regiões no leste da Ucrânia mantidas por separatistas apoiados pela Rússia. A Ucrânia nega isso.

Algumas das tropas em exercício na Bielorrússia se aproximaram da fronteira do que o esperado, segundo oficiais de inteligência ocidentais. Eles acrescentaram que sua inteligência mostrou que atualmente existem 100 grupos táticos de batalhão russo concentrados perto das fronteiras da Ucrânia e mais 14 em trânsito. Os funcionários não detalharam as evidências por trás de suas avaliações.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse a Putin na segunda-feira (14) que alguns dos exercícios militares maciços da Rússia já foram concluídos, enquanto outros terminarão mais tarde.

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