Bloomberg — O Dia dos Namorados não é o melhor dia para restaurantes, ao contrário do que alegam as histórias sobre as filas por reservas. As mesas podem estar ocupadas, mas os lucros não são especialmente altos, pois os proprietários são forçados a transformar grandes salões de jantar em ambientes para dois, que acabam levando mais tempo para deixar o estabelecimento, afetando a rotatividade. Em 2019, o dia 14 de fevereiro ficou em 94º lugar na lista de gastos do consumidor em restaurantes independentes, ficando atrás até do Cinco de Mayo, feriado que comemora a vitória do exército mexicano sobre a França.
Mas este ano, os restaurantes de Nova York esperam que o feriado traga uma entrada oportuna de dinheiro.
A Federação Nacional de Varejo prevê que este Dia dos Namorados trará o segundo maior gasto já registrado – o americano médio deve gastar US$ 175,41, valor acima dos US$ 164,76 de 2021. Os consumidores gastarão cerca de US$ 4,3 bilhões em uma noite, representando um aumento de 24% em relação a 2021.
Um dos motivos para o otimismo é que, este ano, o feriado cai em uma segunda-feira, um dia tranquilo para restaurantes, isso se estiverem abertos.
No restaurante Gotham, em Greenwich Village, o proprietário Bret Csencsitz espera uma grande noite com o menu de US$ 150. “O Dia dos Namorados será o dia com o maior número de reservas que tivemos desde dezembro, com 169 em uma segunda-feira – um dia em que geralmente estamos fechados”, diz ele. Csencisitz espera que as vendas pelo menos dobrem a média diária atual. “Considero este dia uma espécie de feriado ‘salvador’, que injetará uma receita muito necessária. Os feriados nos ajudam muito a segurar as pontas”. Ele também notou que as comemorações já começarão na noite de sábado (12), quando ele tem 180 reservas: “Quase todas são para casais”.
No Aquavit, restaurante escandinavo com duas estrelas Michelin, o salão de jantar está lotado e o menu de seis pratos custa US$ 325. O bar – cujo menu custa US$ 165 – também está lotado. Ao contrário da maioria dos restaurantes, o Dia dos Namorados tem se tornado feriado notavelmente lucrativo para o Aquavit, mas sua localização, em Midtown, fez com que os últimos dois anos fossem difíceis. “O Dia dos Namorados sempre foi um dos três dias de maior faturamento, depois do Natal e do Ano Novo”, diz a gerente geral Yuka Abe. “É um grande dia para comemorações, e o Aquavit é um tipo de restaurante para ocasiões especiais. Esperamos que este seja um ano de destaque”. As reservas injetariam pelo menos US$ 27 mil no faturamento do salão de jantar, isso sem incluir as bebidas.
Os lugares estão aproveitando a oportunidade do feriado. O energizante Semma, restaurante indiano, foi tão indagado sobre o Dia dos Namorados que o coproprietário Roni Mazumdar decidiu que valia a pena abrir o restaurante, que geralmente fecha às segundas-feiras. Foram 125 reservas, mas o menu não é especial, e Mazumdar decidiu fechar o restaurante no dia seguinte.
Os negócios estão de volta aos níveis pré-pandemia para o Dia dos Namorados nos restaurantes italianos Il Buco e Il Buco Alimentari & Vineria, em NoHo, de acordo com a proprietária Donna Lennard. “Como a segunda-feira normalmente é um dia mais tranquilo, o Dia dos Namorados fez com que nossas reservas dobrassem ou triplicassem”, acrescentou.
Outro dono de um restaurante local minimizou a importância do Dia dos Namorados, mesmo admitindo que este ano, ter algumas reservas é melhor que não ter nenhuma. John McDonald, cujo império inclui o Lure Fishbar, disse que em seu mais novo empreendimento, o Hancock St, “o Dia dos Namorados trará facilmente 50% mais clientes do que tínhamos na segunda-feira passada”. No entanto, ele adverte do ponto de vista dos negócios que “é uma noite muito difícil, porque quase 90% de mesas são para duas pessoas, então mesmo se estiver muito lotado, o faturamento será substancialmente menor”.
--Com a colaboração de Marina Stanley.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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