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NFTs se juntam à luta do povo Paiter Suruí em Rondônia

Mercado Bitcoin e Tropix promovem leilão de obras de arte com uso dos tokens não-fungíveis para arrecadar recursos em prol da preservação de floresta

NFT Pescaria, uma das obras de arte tokenizadas que retratam a vida da comunidade indígena Paiter Suruí
Tempo de leitura: 3 minutos

Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo – Uma sigla de apenas três letras, NFT, que vem chamando a atenção de investidores e empresas no mundo dos criptoativos e foi escolhida, em 2021, pelo dicionário Collins em sua pesquisa anual como a ‘palavra’ do ano, também pode mudar a vida da comunidade indígena Paiter Suruí, que vive em Rondônia.

Os tokens não-fungíveis, ou apenas NFTs na abreviatura em inglês, estão sendo utilizados em um leilão de obras de artistas plásticos brasileiros como Paula Klien e Nelson Porto, e dos indígenas Denilson Baniwa, Moara Tupinambá e Walelasoepilemãn Suruí, que começou em 26 de janeiro e se estenderá até o próximo dia 15 deste mês.

O objetivo do leilão é arrecadar recursos que serão usados na preservação de 13 mil hectares de floresta onde a Terra Indígena Sete de Setembro, território dos Paiter Suruí, está localizada. A região vive sob ameaça de invasão e desmatamento. A ideia é direcionar até 95,5% de todo valor levantado com a venda dos tokens das obras para o Projeto de Gestão e Vigilância Territorial do Povo Indígena Paiter Suruí.

Força transformadora

Por trás desse movimento de proteção social e ao mesmo tempo ambiental estão o Mercado Bitcoin, maior corretora de criptoativos da América Latina, e a Tropix, plataforma de criptoarte, parceiros na realização do evento. Pelo poder transformador que a iniciativa tem, esses tokens foram intitulados ‘NFTs de Impacto’.

“É uma ação que exemplifica o potencial de apoio social da nova economia das artes e criptoativos”, resume Iara Vicente, CEO da Nossa Terra Firme, consultoria em sustentabilidade e ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa), que participa do projeto pelo lado dos indígenas.

NFT Cosmovisão Tupinambá da Amazônia

Segundo Iara, a ideia foi juntar a causa indígena aos NFTs em um momento em que os tokens não-fungíveis ganham relevância e popularidade dentro do mundo das artes. “Unimos a possibilidade de se engajar em uma causa socioambiental com o prazer de terem sua própria coleção”.

Ao todo serão 12 tokens não-fungíveis cujos valores vão de R$ 100 a R$ 5 mil. No site do leilão é possível apreciar as obras, que ressaltam a natureza, a cultura e a diversidade de tribos indígenas. O acervo é composto por fotos e artes digitais. Nesta quarta-feira, 9, o assunto ainda será ampliado em uma live do Mercado Bitcoin no YouTube da exchange, às 19h, com presença de Fabrício Tota, Txai Suruí e Paula Klien. O acesso pode ser feito através do link.

Luta ecoou pelo mundo

A luta do Povo Paiter Suruí em defesa de seu território ganhou notoriedade internacional a partir da atuação de lideranças como o Cacique Almir Suruí e Walelasoetxeige Suruí (Txai Suruí), a jovem indígena que teve destaque mundial ao discursar na abertura da Conferência da Cúpula do Clima, a COP26, na Escócia, em novembro de 2021, pedindo ações para preservar a Amazônia contra o desmatamento.

Cacique Almir Suruí, liderança em Rondônia

Nessa linha, os NFTs de Impacto podem ajudar, ainda que de forma indireta, no cumprimento da meta do Projeto de Carbono Florestal Suruí de evitar a emissão de quase sete milhões de toneladas de CO2 até 2038 por meio da conservação da floresta. Para isso, 30 monitores percorrem o território Paiter Suruí utilizando GPS e equipamentos fotográficos e alertando autoridades sobre irregularidades e invasões.

Parte dos valores da venda dos tokens não-fungíveis relacionados às obras leiloadas será usada na manutenção desse aparato de vigilância, como compra de veículos e instrumentos, por exemplo.

Gente de verdade

O Cacique Almir Suruí diz que esse movimento de tokenização mostra como os povos indígenas podem conquistar vitórias com o apoio da tecnologia. “Para nós é um sistema ainda novo, mas com a transparência dos parceiros a gente vai entender e avançar com essas responsabilidades”, diz ele a respeito do primeiro contato com a tecnologia dos NFTs.

Em meio à luta dos indígenas, os ‘NFTs de Impacto’ chegam à comunidade de Rondônia como reforço para fazer valer os direitos dos Paiter Suruí sobre seu território e na preservação de sua identidade. Originários dos estados de Rondônia e do Mato Grosso, os suruís são um grupo indígena que sobrevive da caça, da pesca e dos produtos retirados da floresta.

O povo que vive em Rondônia se autodenomina Paiter, que na língua do grupo Tupi e da família lingüística Mondé utilizada por essa comunidade significa ‘gente de verdade, nós mesmos’.

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