Redução de voos na China pode agravar escassez de chips

Há uma demora de mais de dois meses para que as mercadorias sejam enviadas por via marítima de Xangai para os Estados Unidos

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Bloomberg — O congestionamento no maior porto do mundo em Xangai está se agravando devido a reduções na capacidade de carga aérea no principal aeroporto da cidade, uma situação que provavelmente aumentará ainda mais os custos para a indústria de semicondutores.

Há uma demora de mais de dois meses para que as mercadorias sejam enviadas por via marítima de Xangai para os Estados Unidos, um tempo de espera muito longo para chips que são considerados cruciais e que são utilizados em tudo, de carros a computadores, segundo Keelvar, um provedor de serviços de cadeia de suprimentos com sede na Europa, cujos clientes incluem Samsung, Logitech International e Siemens.

Em meio aos atrasos no porto, o setor aéreo não oferece o apoio que poderia. Os EUA e a China suspenderam dezenas de voos por conta de protocolos de testagem de covid-19 no início deste mês. O problema ocorreu após o caso de um trabalhador infectado na instalação de manuseio de carga do aeroporto de Pudong. em 24 de janeiro. Isso provocou rodadas de testagem em massa e colocou centenas de pessoas em quarentena, embora as autoridades chinesas tenham dito que as operações não foram afetadas imediatamente.

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Os preços do frete aéreo podem aumentar em cerca de um terço se as interrupções na capacidade do aeroporto continuarem, de acordo com Dylan Alperin, chefe de serviços profissionais da Keelvar.

“As empresas buscam fôlego para retirar mercadorias de redes oceânicas congestionadas e portos chineses em lockdown, mas sem sucesso”, disse Alperin. “Com o atual mercado inflacionado, um adicional de 30% seria muito significativo para as importações para os EUA, como computadores, celulares e chips -– as commodities mais comuns que saem de Xangai.”

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A situação é similar a um incidente em Xangai em agosto do ano passado, quando o Aeroporto Internacional de Shanghai Pudong fechou toda a zona de carga depois que cinco trabalhadores no terminal foram infectados, provocando atrasos na entrega de peças eletrônicas de carros da China para a montadora japonesa Mazda Motor.

Este ano, companhias marítimas que desviam navios porta-contêineres de Ningbo para Xangai a fim de evitar o trânsito de caminhões no leste da China também contribuem para o congestionamento no megaporto.

“O principal desafio é a situação do aeroporto em Pudong e em outros aeroportos da China”, disse Alex Hersham, CEO do despachante digital Zencargo. Restrições adicionais da covid-19 na China podem afetar os aeroportos e representar mais desafios para as cadeias de suprimentos já pressionadas, disse ele.

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