Bloomberg — Manish Malhotra, estilista de algumas das maiores estrelas de Bollywood nas últimas três décadas, planeja mais que dobrar sua rede de lojas e abrir sua primeira unidade no exterior, meses depois que o homem mais rico da Ásia comprou sua homônima casa de moda.
A primeira loja física internacional provavelmente será lançada no início de 2023 nos Estados Unidos, no Reino Unido ou no Oriente Médio, onde a marca de luxo tem “grandes seguidores”, disse Malhotra em entrevista em Mumbai. Pelo menos seis novas lojas na Índia e no exterior estão em processo de abertura, disse ele. Atualmente, a marca possui quatro sites de varejo em toda a Índia.
Suas ambições globais foram alimentadas pelo investimento da Reliance Brands, parte do conglomerado do bilionário Mukesh Ambani, que comprou 40% da MM Styles do estilista em outubro por uma quantia não revelada.
Ambani quer internacionalizar as operações de seu principal negócio, a Reliance Industries. O conglomerado também comprou uma participação de 52% na grife do também designer indiano, Ritu Kumar, dias depois de investir na MM Styles.
A Reliance buscará criar uma “espinha dorsal tecnológica forte” para a marca de Malhotra e transformá-la em uma “potência global da alta costura”, disse em outubro depois de anunciar a compra da participação.
Enquanto Malhotra costura seus planos de expansão no exterior, ele procura criar novas gamas de produtos, incluindo jaquetas, camisas, sapatos e bolsas, que possam atrair consumidores ocidentais além da diáspora indiana.
Malhotra, de 55 anos, que se tornou um nome familiar na Índia depois de estilizar atores para uma série de filmes de sucesso de Bollywood e continua a fazê-lo, lançou sua casa de moda em 2005. Em 2018, ele também desenhou as roupas e a decoração para o extravagante casamento da única filha de Ambani, Isha - uma associação que provavelmente plantou a semente para uma futura colaboração empresarial.
A Reliance Brands tornou-se uma porta de entrada para a Índia para empresas de luxo internacionais que buscam acesso a um dos maiores mercados de varejo do mundo e trouxe pelo menos 35 marcas internacionais, incluindo Burberry, Hugo Boss e Jimmy Choo.
Retomada do luxo
A demanda global por bens de luxo está se recuperando à medida que as taxas de vacinação aumentam em todo o mundo e as pessoas se socializam e viajam mais. Na Índia, a indústria de luxo também está se recuperando após vários lockdowns e deve ter um crescimento que chegará a US$ 1,5 bilhão em 2025, comparados ao US$ 1 bilhão no ano passado, segundo a pesquisadora GlobalData.
Isso está atraindo financiamento corporativo para a moda da Índia, que traz o risco de diluir a exclusividade de uma marca.
Malhotra insiste que ele não vai liquidar a marca, apesar de seu novo acionista de peso.
“Não vamos para a produção em massa, vamos manter o luxo da marca”, disse. “A ideia é pegar nosso artesanato indiano e torná-lo global, para que seja globalmente compreendido, acessível e desejado globalmente”.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, localization specialist da Bloomberg Línea.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
- Savage X Fenty, da Rihanna, arrecada US$ 125 milhões, diz Forbes
- Skims de Kim Kardashian dobra valor para US$ 3,2 bilhões
- Magalu fecha parceria com WayCarbon para gestão de emissões de gases
© 2022 Bloomberg L.P.