Exterior pressiona e Bolsa oscila, com cenário local elevando cautela

Temporada de balanços nos EUA até agora tem sido desigual, destacando o risco de que não deve conseguir animar o espírito animal nas ações

Na cena doméstica, a tentativa do Governo de reduzir os preços dos combustíveis e de energia por meio de uma proposta de emenda à constituição está no radar
21 de Janeiro, 2022 | 11:24 AM

Bloomberg Línea — Decepções com a temporada de balanço americana e as especulações sobre os próximos passos do Federal Reserve ligaram o botão da cautela e levaram a mais um dia de Bolsas no vermelho lá fora. O clima contamina também o mercado doméstico, que leva o Ibovespa (IBOV) a oscilar entre fracas altas e perdas na primeira hora do pregão.

O Nasdaq 100 (NDX) teve desempenho inferior ao do S&P 500 (SPX) depois que o indicador de alta tecnologia entrou em território de correção na quinta-feira (20). Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 atingiu o nível mais baixo em um mês ponderado por mineradoras, viagens e lazer e montadoras.

A temporada de balanços nos Estados Unidos até agora tem sido desigual, destacando o risco de que não deve conseguir animar o espírito animal no mercado de ações. O guidance decepcionante de assinantes da Netflix (NFLX) fez com que suas ações caíssem 20% no pré-mercado, apontando para perdas prolongadas quando abrir o mercado.

Veja mais: Netflix decepciona com guidance fraco de assinante e ações desabam 20%

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  • O Ibovespa subia 0,05% perto das 11h10, a 109.152 pontos, após oscilar desde a abertura
    • Via (VIIA3) era a maior alta do índice, enquanto Petrorio (PRIO3) liderava a ponta oposta
  • O dólar subia 0,28%, a R$ 5,448. Os vencimentos dos juros também avançavam, com o DI para janeiro de 2023 indo de 11,880% para 11,895%
  • Nos EUA, o futuro do Dow Jones caía 0,47%, do S&P 500, 0,72% e do Nasdaq, 1,05%

Contexto

Os mercados também estão se preparando para a elevação dos juros pelo Federal Reserve. Economistas consultados pela Bloomberg News esperam que os formuladores de políticas elevem as taxas de juros em março pela primeira vez em mais de três anos e encolham seus balanços logo depois.

Na cena doméstica, a tentativa do Governo de reduzir os preços dos combustíveis e de energia por meio de uma proposta de emenda à constituição está no radar. A PEC deve ser enviada ao Congresso em fevereiro, conforme agências de notícias.

(Com informações de Bloomberg News)

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.