Bitcoin fica abaixo de US$ 40 mil pela 1ª vez desde setembro

O movimento também acontece com o Ether e algumas das mais negociadas criptomoedas

Bitcoin
10 de Janeiro, 2022 | 12:31 PM

Bloomberg Línea — O Bitcoin (BTC) recuou para menos de US$ 40 mil nesta segunda-feira, marcando a menor cotação da moeda digital desde setembro. O movimento também acontece com o Ether e algumas das mais negociadas criptomoedas.

A maior criptomoeda por valor de mercado chegou a ser negociada a US$ 39.663,18, com desvalorização de de 6% no dia pela manhã em Nova York. Logo depois se recuperou e estava sendo cotada a US$ 40.805, com baixa de 3,5%, às 10h30 (12h30 em Brasília). No ano, o Bitcoin tem baixa de 14,2%. Desde o recorde atingido em novembro do ano passado, a principal criptomoeda já acumula perdas de 43%.

Já o Ether (ETH), o segundo maior ativo digital, era negociado a US$ 3.009, com baixa de 5,6%.

No sábado, as principais criptomoedas chegaram a registrar perdas relevantes, mas depois recuperaram terreno. O movimento foi atribuído à baixa liquidez típica dos finais de semana.

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Depois do “mini-crash” de dezembro, que num final de semana e fez o Bitcoin derreter 21%, os investidores passaram a ficar preocupados com o efeito da baixa liquidez nas negociações de criptoativos em períodos de alta turbulência nos mercados.

Além da liquidez restrita, a estrutura de mercado baseada em centenas de exchanges desconectadas, que dificultam a possibilidade de arbitragens de preço, ajudam a elevar a volatilidade das criptomoedas.

Como ocorre com outros ativos de risco, as criptomoedas estão sendo penalizadas pela mudança de postura do Federal Reserve e demais bancos centrais na política monetária, com a reversão de estímulos monetários e agora aumento nas taxas de juros para domar as expectativas de inflação.

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A ata da reunião do banco central em dezembro, publicada na quarta-feira, sinalizou a chance de aumentos das taxas mais cedo e mais rápido do que o esperado, bem como uma potencial redução do balanço patrimonial. Essas ações removeriam a liquidez do sistema, o que poderia tirar o brilho de ativos especulativos e de alto crescimento.

A pandemia Covid-19 ajudou o Bitcoin a se tornar ainda mais popular à medida que instituições e investidores de varejo se envolveram com o mercado de criptoativos e produtos adjacentes desse universo.

--Com Bloomberg News

(atualizado às 12h30 com cotações mais recentes)

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Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.