Os 10 maiores negócios imobiliários de São Paulo em 2021

Aquisições de grandes prédios corporativos no centro financeiro do Brasil tiveram um ano aquecido. Maior transação envolveu R$ 1,7 bilhão

Mercado de prédios corporativos aquecido com arrefecimento da pandemia
26 de Dezembro, 2021 | 05:08 PM

Bloomberg Línea — A profecia do fim do escritório não se concretizou. Depois de um ano de paralisia nos negócios por conta da pandemia do coronavírus, 2021 foi marcado pelo avanço da vacinação e a reativação do bilionário negócio de venda e locação de lajes corporativas em São Paulo, principal centro financeiro do Brasil.

O ambiente macro é desafiador: com a taxa Selic em perspectiva de alta, os fundos de investimento imobiliário (FII) de tijolo, um dos principais veículos de capital para grandes transações, enfrentam dificuldades com cotações abaixo do valor patrimonial.

O levantamento dos maiores negócios em São Paulo em 2021 foi feito pela SiiLA, empresa com atuação em dados e análises do mercado imobiliário da América Latina, a pedido da Bloomberg Línea. Algumas operações – como a venda da sede da Globo na cidade para um fundo gerido pela Vinci Partners – surpreenderam o mercado.

#1 – Miss Silvia, JK 1455, Faria Lima Square, Faria Lima Financial Center: R$ 1,77 bilhão

Faria Lima Square: partes do edifício e de outros três imóveis foram compradas pela Brookfield em uma transação que envolveu R$ 1,7 bilhão

Quem comprou: Brookfield

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Quem vendeu: SYN

Área bruta locável: 49.339 m²

Como foi a operação: A SYN (ex-CCP) vendeu para a Brookfield quase 50 mil metros quadrados em quatro imóveis em São Paulo. O negócio foi anunciado em outubro.

Veja mais: Os faria limers estão voltando aos escritórios com o aluguel mais caro

#2 – Rochaverá: R$ 1,255 bilhão

O edifício continua o mesmo, com inquilinos e receitas sólidas, mas cotas do FII proprietário despencaram

Quem comprou: BTG, Kinea e Safra

Quem vendeu: Shaula Empreendimentos e Participações

Área bruta locável: 50.789 m²

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Como foi a operação: Em fevereiro de 2021, fundos do BTG, Kinea e Safra compraram dois prédios que fazem parte do complexo Rochaverá.

#3 – Complexo JK – Bloco B (antiga Daslu): R$ 555 milhões

Complexo JK, Bloco B

Quem comprou: JFL Must Empreendimento Imobiliário Ltda

Quem vendeu: BR Properties

Área bruta locável: 16.847 m²

Como foi a operação: Em agosto, o icônico bloco B, que no passado abrigou a Daslu, antigo templo do luxo em São Paulo, foi vendido pela BR Properties para a JFL. O negócio envolveu 55% do prédio.

#4 – Sede da Globo em SP: R$ 522 milhões

Sede da Globo em São Paulo

Quem comprou: Fundo Vinci Offices

Quem vendeu: Grupo Globo

Área bruta locável: 39.000 m²

Como foi a operação: Inaugurado em 1999, o complexo-sede da Globo é um colosso na região da Chucri Zaidan com estúdios e escritórios. A operação conduzida pela Vinci Partners está ancorada em um contrato atípico de 15 anos em que a vendedora passará a ser inquilina.

Veja mais: Quem ganha com a Globo trocando a sede própria pelo aluguel em SP?

#5 – River One: R$ 420 milhões

River One

Quem comprou: Fundo RBR Properties

Quem vendeu: SDI

Área bruta locável: 23.625 m²

Como foi a operação: O negócio foi anunciado em fato relevante em 8 de dezembro. A RBR pagou R$ 200 milhões à vista, como sinal, e o restante será pago no primeiro semestre do próximo ano.

#6 – Pátio Victor Malzoni (Torre Norte): R$ 364,8 milhões

Victor Malzoni: em setembro, fundo da Bluemacaw comprou cinco andares da torre norte

Quem comprou: Fundo gerido pela Bluemacaw (Catauí Triple A)

Quem vendeu: Victoire 3 Imobiliária e Participações do Brasil

Área bruta locável: 8.103 m²

Como foi a operação: Em setembro de 2021, o fundo BLCA11 - Bluemacaw Catuaí Triple A comprou o 2º, 11º, 13º, 17° 18°e 19° andares da torre norte do Pátio Victor Malzoni. O complexo é um dos mais famosos do distrito financeiro de São Paulo e abriga gigantes, como o BTG Pactual.

Veja mais: Quando a sua carteira de fundos imobiliários vai parar de afundar?

#7 – Complexo JK – Bloco B (antiga Daslu): R$ 184,7 milhões

Quem comprou: Fundo VBI Prime Properties

Quem vendeu: BTG Pactual

Área bruta locável: 5.333 m²

Como foi a operação: Em junho, o fundo da VBI adquiriu 20% do antigo complexto da Daslu

#8 – Union Faria Lima: R$ 176,5 milhões

Projeto do Union Faria Lima, que deve estar pronto em 2023

Quem comprou: Fundo VBI Prime Properties

Quem vendeu: Dublin Empreendimento Imobiliário SPE

Área bruta locável: 5041 m²

Como foi a operação: Em abril, o fundo da VBI comprou 50% do prédio-boutique, que deve ser entregue em 2023.

#9 – JK Financial Center: R$ 124 milhões

JK Financial Center

Quem comprou: Fundo Rio Bravo Renda Corporativa

Quem vendeu: Aquarius Empreendimentos e Participações Ltda.

Área bruta locável: 4466 m²

Como foi a operação: Em outubro, o fundo RCRB11, gerido pela Rio Bravo, adquiriu os andares 8º, 9º, 10º, 11º e 12º do JK Financial Center.

#10 – Funcef Center: R$ 81,7 milhões

Funcef Center, na avenida Paulista

Quem comprou: São Carlos Empreendimentos e Participações

Quem vendeu: Funcef

Área bruta locável: 7.500 m²

Como foi a operação: Como parte da reestruturação da carteira imobiliária, o Funcef finalizou a venda de sua participação no edifício no último dia 17 de dezembro. É o único dos 10 imóveis da lista a estar localizado na região da Paulista. Com a São Carlos, edifício passará a se chamar Paulista Office Park.

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Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.