São Paulo — A Excelerate Energy, sediada no Texas (EUA), assumiu, no último sábado (4), a operação do Terminal de Regaseificação de GNL (Gás Natural Liquefeito) da Bahia (TR-BA), informou a Petrobras, nesta segunda-feira (6). Em setembro, a companhia norte-americana foi declarada vencedora da licitação da Petrobras para arrendamento do ativo.
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A assinatura do Termo de Recebimento previsto em contrato foi realizada após a aprovação da operação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), segundo a estatal.
“Com o apoio da Petrobras, a Excelerate obteve as licenças e autorizações necessárias, cumprindo também as condições precedentes existentes no contrato de arrendamento para a operação do terminal”, citou a petroleira, em comunicado à imprensa, acrescentando que a iniciativa estava prevista no Termo de Compromisso de Cessação firmado com o Cade para construção de um ambiente favorável à entrada de novos investidores no setor.
Transferência de navio
Segundo a Petrobras, a atracação do navio da Excelerate permitirá também a transferência do navio regaseificador Golar Winter, a serviço da estatal, para o terminal de regaseificação de GNL do Pecém, localizado no Ceará. Com isso, os três terminais conectados à malha integrada de transporte de gás natural do país (Baía de Guanabara, Pecém e Bahia) ficam agora aptos a operar.
Segundo a Petrobras, o navio regaseificador já se encontra posicionado no TR-BA e, com a transferência da operação, a Excelerate tem a possibilidade de disponibilizar gás natural ao mercado.
A estatal informou à Bloomberg Línea que a transferência do navio do Pecém para a Bahia, antes da escolha da Excelerate, permitiu o atendimento de UTEs (unidade geradora termelétrica) do Sudeste e Sul (UTEs Arjona e Araucária, total de 650 MW), o que, juntamente à geração a diesel na UTE Termoceará (200 MW), mais que compensa as indisponibilidades temporárias no Nordeste (cerca de 750 MW), provendo capacidade de cerca de 100 MW a mais durante o período do reposicionamento.
Importação de GNL
Com a transferência do terminal, a Excelerate pretende começar a importar GNL e a vender gás natural regaseificado para seus clientes brasileiros. Em nota publicada em seu site, em agosto, a empresa americana considerava que a licitação para o arrendamento do Terminal de Regaseificação da Bahia para a Excelerate era um marco importante no processo de promoção de concorrência no setor de gás natural no Brasil.
“Entendemos que aumentar o acesso ao fornecimento flexível de GNL é fundamental para estabilizar o sistema de energia brasileiro, especialmente durante eventos climáticos adversos, como a atual crise hídrica severa”, afirmou Steven Kobos, presidente e diretor executivo da Excelerate, em nota publicada no dia 26 de agosto.
“A Petrobras tem confiado à Excelerate serviços essenciais por anos e esperamos continuar a apoiar os esforços da Petrobras para aumentar o acesso do mercado de energia brasileiro ao GNL. Estamos engajados de forma proativa com clientes para avaliar suas necessidades de gás natural e em coordenação com a Petrobras para garantir uma transição de serviço oportuna e eficiente”.
A Excelerate diz que fornece serviços de regaseificação no Brasil desde 2012, com um histórico de “excelência operacional” nos terminais de GNL da Petrobras na Bahia, Baía de Guanabara e Pecém.
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