Lupo recebe sinal verde para compra da fábrica da Marisol no Ceará

Fabricante de Araraquara (SP) busca expandir sua produção após crescimento de demanda por máscaras de proteção

Fábrica da Marisol em Pacatuba,  no Ceará, que a Lupo pretende comprar para expandir sua capacidade de produção
01 de Dezembro, 2021 | 11:17 AM

São Paulo — O conselho de administração da fabricante de roupas íntimas e esportivas Lupo autorizou negociações para a compra da fábrica da Marisol no Ceará. Segundo a Lupo, os acionistas deram o sinal verde à transação na última sexta-feira (26). Sediada em Araraquara (SP), a Lupo tem pressa em fechar o negócio, pois sua capacidade de produção está no limite, após uma forte demanda por máscaras de proteção contra a Covid.

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O anúncio do negócio depende da finalização da segunda fase da “due diligence” (auditoria e análise de riscos). A Lupo pretende produzir na unidade cearense produtos com costura como cuecas e pijamas.

Já a Marisol, fabricante e varejista de vestuário com sede em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, busca reduzir seus custos de produção. Diante disso, a dona das marcas infantis Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre decidiu vender ativos industriais e um imóvel de sua unidade produtiva localizada em Pacatuba (Grande Fortaleza), no Ceará. O imóvel tem 150 mil m² de área total e 50 mil m² de área construída.

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“O negócio em Pacatuba faz parte da estratégia da Lupo de investimento focado em agressivo plano de expansão no mercado de moda esportiva, underwear masculina e pijamas”, diz a Lupo, em nota enviada à imprensa.

Com a pandemia da Covid-19, a fabricante de roupas íntimas e esportivas passou a produzir máscaras de proteção, um novo nicho do setor têxtil que surpreendeu a empresa devido à forte demanda. Segundo a Lupo, há hoje uma fila de espera por esse tipo de produto no mercado doméstico.

Após a esperada assinatura do contrato de compra e venda, o negócio entre a Lupo e a Marisol precisa ser analisado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

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Expansão

Em agosto, a companhia revelou seu plano de expansão em minuta de prospecto para oferta inicial de ações (IPO), enviada à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Devido à piora das condições do mercado no segundo semestre, a companhia acabou desistindo da operação, em outubro.

No documento, a fabricante de moda, dona das marcas Trifil e Scala, informou possuir cerca de 650 lojas no país (franquias, em sua maioria) e esperava captar recursos na oferta para seu plano de expansão, que prevê atingir 1.200 pontos de vendas até 2025.

Já a Marisol, que fechou capital em 2012, se apresenta como atual líder em vestuário e franquias infantis premium com mais de 45 mil itens no portfólio e marcas como Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre, Pakalolo, Marisol, Lov.it, Mundo Ripilica e Hapier. Com 57 anos de mercado, a indústria catarinense tem mais de 2.200 colaboradores diretos que trabalham em suas duas unidades industriais em Santa Catarina e no Ceará.

Atualmente, com cerca de 70 mil m² de área construída, a planta da Marisol em Jaraguá do Sul, no norte catarinense, tem capacidade para ampliação, ultrapassando os 100 mil m². A empresa informou que a unidade passará a abrigar o primeiro condomínio industrial de sistemistas têxteis do país. A Marisol pretende adotar uma gestão dos negócios no modelo de plataforma. Referência nacional no setor têxtil, o Estado de Santa Catarina detém 26% do mercado, sendo o principal produtor de roupas do país.

(Atualiza às 12h15 com informações adicionais sobre due diligence)

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.