Bloomberg — A 2TM, holding dona do Mercado Bitcoin, contratou o ex-sócio da XP Lucas Chaise em meio a uma expansão na América Latina para se tornar uma provedora completa de infraestrutura de blockchain na região.
Chaise, que estava na XP há mais de 15 anos e nos últimos cinco cobria empresas de tecnologia na área de banco de investimento, neste mês se tornou diretor de relações com investidores e desenvolvimento corporativo da 2TM. Ele vendeu sua participação na XP há dois meses.
“Na XP, eu estava envolvido em toda e qualquer operação, seja ela de dívida, ações ou M&A, que envolvesse uma empresa de tecnologia,” disse Chaise em uma entrevista. “Uma das empresas que eu atendia era a 2TM, e a gente acabou ficando muito próximo; nessas interações, ficou muito claro que as nossas formas de fazer negócio eram muito parecidas,” disse ele.
A 2TM já comprou muitas empresas no Brasil neste ano e aumentou seu quadro de funcionários de 200 para 700. Até criou um time próprio para aquisições e novos negócios, incluindo os ex-sócios da DealMaker André Gouvinhas e Daniel Carneiro da Cunha.
A holding pretende entrar em outros mercados latino-americanos por meio de aquisições, disse o presidente Roberto Dagnoni. O plano é expandir para o México, Colômbia, Chile e Argentina para se tornar um provedor de infraestrutura de blockchain para os mercados financeiros da região, incluindo serviços como custódia e gestão de fundos, disse ele em entrevista da Cidade do México, onde está em busca de oportunidades.

“A demanda por nossos serviços varia de país a país”, disse Dagnoni. “O México tem um negócio grande de remessas, por conta dos mexicanos que trabalham nos Estados Unidos e mandam dinheiro de volta para suas famílias, enquanto a Argentina tem uma grande demanda por stablecoin vinculada ao dólar, por causa da volatilidade do peso,” disse.
O Softbank Latin America Fund anunciou um investimento de US$ 200 milhões na 2TM em julho, avaliando a empresa em US$ 2,1 bilhões, o primeiro unicórnio do mundo cripto da região. Em 2020, recebeu investimento de R$ 200 milhões da GP Investments e da Parallax Ventures. Fundada em 2013, o Mercado Bitcoin movimentou R$ 40 bilhões no Brasil este ano, mais do que todos os anos anteriores juntos.
“Nosso objetivo é ser global e participar apenas nos mercados regulados”, disse Dagnoni.
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