Bloomberg — Os estrategistas do JPMorgan estão recomendando aos investidores que comprem ações do Reino Unido pela primeira vez desde que o referendo do Brexit, em 2016, gerou anos de retornos sem muito brilho.
“Na nossa nossa visão, a relação risco-recompensa das ações do Reino Unido está melhorando, considerando o desempenho significativamente abaixo da média que tiveram ao longo dos anos”, escreveram estrategistas do JPMorgan, liderados por Mislav Matejka, em uma nota aos clientes na segunda-feira (8), tirando o mercado da posição neutra e classificando-o como overweight, ou seja, com desempenho superior ao do seu índice de referência. “O mercado britânico parece se aproximar de um recorde de preços baixos”
As ações do Reino Unido ficaram atrás das ações europeias e americanas no rali que as catapultou para sucessivos recordes este ano devido a preocupações com a recuperação econômica, restrições de oferta e tensões comerciais. Como resultado, o mercado está com desconto em relação aos pares globais, em um momento em que os investidores se preocupam com múltiplos esticados em outros mercados de ações importantes.
As ações do Reino Unido “podem ser uma boa opção em um cenário global que não exibe aumentos dramáticos como vistos anteriormente”, escreveram os estrategistas. Eles também citam o otimismo sobre a postura de relativa acomodação da política monetária do Banco da Inglaterra e o alívio das preocupações sobre a escassez de mão de obra e o aumento dos preços da eletricidade.
Os estrategistas também mudaram sua visão de longo prazo sobre o posicionamento dentro do Reino Unido, e agora favorecem o índice FTSE 100 em vez do FTSE 250, por causa do baixo desempenho do exportador de peso e do desconto em relação aos setores domésticos. Uma libra mais fraca deve dar um impulso aos exportadores, disseram eles.
Desde o referendo do Brexit, as ações do Reino Unido ficaram atrás das dos EUA em um acumulado de 50% e as ações da área do euro em 24%, segundo o JPMorgan. No verão de 2020, os estrategistas encerraram sua posição vendida de vários anos no mercado, afirmando que o pior já passou quanto às preocupações com dividendos, os riscos do Brexit e da Covid-19.
--Com a colaboração de Thyagaraju Adinarayan.
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