Inflação ocupa lugar de destaque na agenda dos mercados

Nos primeiros negócios da manhã, futuros de índice em NY tentam se manter em território positivo, enquanto na Europa queda nas bolsas predomina

As variáveis que orientarão os mercados internacionais
08 de Novembro, 2021 | 09:06 AM

Barcelona, Espanha — A inflação norte-americana pinta como o dado mais relevante da semana e a expectativa é de que venha mais elevada. O pico da temporada de balanços vai chegando ao fim e com isso umas das referências que vinham animando tanto os negócios com renda variável tende a se esfumar durante a semana.

Nesta manhã, as principais bolsas europeias operavam sem uma direção definida, com predominância de vendas. Os futuros de índice em Nova York, que iam de lado, instantes atrás se localizavam em território positivo.

Ainda que a inflação nos EUA venha com um repique, o que é largamente esperado pelo mercado, ninguém se arrisca a dizer que afetará negativamente os negócios com ações. Há semanas que os operadores têm dado de ombros a notícias que, em outras situações, poderiam desencadear um movimento de vendas. Até as realizações de lucros têm acontecido de maneira muito discreta, cedendo lugar ao apetite pelo risco.

Enquanto isso, o petróleo avança à medida que os traders pesam as chances de uma liberação de petróleo bruto da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA depois que a OPEP+ resistiu a um apelo de Biden para aumentar os suprimentos mais rapidamente. Os preços do gás e da energia elétrica na Europa subiam diante dos sinais de que a Rússia pode não dar o impulso nos suprimentos que o Presidente Vladimir Putin prometeu.

PUBLICIDADE

Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Lisboa, a nova Miami europeia dos brasileiros

Assim operavam os mercados internacionais esta manhãdfd

A considerar

✍🏼Esta semana saem vários dados que darão uma ideia de como os problemas das cadeias de abastecimento, a escassez de algumas matérias-primas e o aumento dos preços de energia afetaram o bolso do produtor e do consumidor.

  • Na quarta-feira, o mercado conhecerá os dados inflacionários dos EUA, que na última medição marcou 5,4%. Analistas aguardam um número próximo a 5,8%. Mas mesmo que venha alto, o impacto não deve ser muito significativo, pois o Federal Reserve (Fed) já deixou claro ao mercado que não tem intenção de alterar os juros básicos no curto prazo.
  • Amanhã sai uma nova leitura do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA, assim como as expectativas de inflação compiladas pela Universidade de Michigan na sexta. A China também publicará dados sobre os preços ao consumidor e ao produtor na quarta.
  • O mercado prestará atenção a qualquer avanço na nomeação de membros do Fed. O mandato do atual presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, termina no começo de fevereiro e Biden disse na semana passada que anunciaria seus candidatos logo.

Injeção de ânimo

  • Os dados muito positivos do emprego nos Estados Unidos na sexta-feira, ilustrando um impulso adicional para o mercado de trabalho ainda às voltas com os desafios de contratação. O payroll avançou para 513.000 no mês passado, depois de um aumento revisado para cima de 312.000 em setembro. A taxa de desemprego ficou em 4,6%.
  • A aprovação, pelo Congresso, do plano de US$ 550 bilhões do presidente Joe Biden para a infraestrutura, o maior pacote dos EUA em décadas, liberando recursos para estradas, pontes, transporte público e outros projetos ao longo dos próximos anos. A votação de 228-206 aprovou o projeto de lei para a assinatura de Biden.
  • O anúncio da Pfizer, na última sexta-feira, sobre a efetividade de sua pílula de tratamento do Covid-19.

Leia também: Exportações de minério de ferro da Austrália para China esfriam

PUBLICIDADE

No radar

No Brasil:

  • IGP-DI (outubro) e Boletim Focus
  • Balanços: Banco do Brasil, BB Seguridade, Blau Farmacêutica, CBA, Direcional, GetNinjas, Itaúsa, JSL, Lojas Marisa, Quero-Quero, São Carlos, São Martinho, Três Tentos, Yduqs informam resultados trimestrais.

Destaques no exterior:

  • Índice preliminar do Japão em setembro, hoje
  • Bancos Centrais: Falam o presidente do Fed (Jerome Powell), o vice-presidente (Richard Clarida) e Patrick Harker (Fed de Filadelfia). Além disso, também estão programados discursos de membros do Banco Central Europeu (BCE), entre eles o economista-chefe Philippe Lane
  • O Comitê Central do Partido Comunista da China inicia hoje reunião que se estende até 11 de novembro
  • China financiamento agregado, estoque de dinheiro, novos empréstimos em yuan, na terça-feira (9)
  • China PPI, quarta-feira (10)
  • Estoques do atacado nos EUA, CPI, pedidos iniciais de desemprego na quarta-feira (10)
  • O mercado de títulos da dívida dos EUA fecha na quinta-feira (11) pelo Dia dos Veteranos

Leia também: Binance Coin e Solana ajudam e mercado de criptomoedas ultrapassa US$ 3 tri

-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.