Claro, Vivo e Tim arrematam lotes em leilão; entenda o principal do 5G

Empresa criada pela Pátria Investimentos emergiu como nova operadora nacional responsável por expandir conectividade em estradas

04 de Novembro, 2021 | 05:55 PM

São Paulo — Telefônica Brasil (Vivo), Claro e Tim levaram os principais lotes nacionais do leilão de 5G e o país viu emergir a Winity Telecom, nova operadora nacional de telefonia móvel e dados, que será responsável por expandir a conectividade em mais de 30 mil km de rodovias do país nos próximos anos.

O leilão foi dividido por faixas de frequência: 700 MHz (megahertz); 2,3 GHz (gigahertz); 3,5 GHz; e 26 GHz. Cada faixa é uma via própria para a transmissão de dados. O direito de outorga será de 20 anos.

Para a implantação de fato do 5G no Brasil, as principais faixas são as de 3,5 GHz e a de 26 GHz.

A expectativa é de que o 5G comece a ser ofertado até julho de 2022, primeiramente nas capitais brasileiras e grandes centros urbanos.

PUBLICIDADE

Veja mais: O leilão do 5G começa nesta quinta e isso vai impactar a sua vida

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: A tecnologia 5G promete uma forte mudança em relação à internet que está disponível hoje no Brasil para pessoas físicas e empresas. O principal diferencial é a velocidade da conexão e da transmissão de dados, que pode variar entre 30 e 100 vezes a mais do que a velocidade atual, conforme especialistas.

O 5G vai viabilizar uma nova geração de negócios e aplicações como conectividade de equipamentos das empresas e nas casas dos consumidores, a chamada Internet das Coisas, ou de aplicações de realidade virtual ou de realidade aumentada, além de possibilitar uma nova gama de serviços de comunicação instantânea por áudio e vídeo teoricamente sem a instabilidade da tecnologia atual.

Sede da Anatel, em Brasília

QUANDO O 5G VAI SER IMPLANTADO: O prazo para a implantação completa do 5G, conforme as regras do leilão de hoje, vai até 2029, sendo que nas capitais e maiores cidades a tecnologia começará a estar disponível a partir de julho do próximo ano.

Até as 17h15, o leilão tinha os seguintes resultados parciais:

Faixa de 3,5 GHz, nacional, a principal do leilão:

Naquela que é considerada a principal faixa da implantação do 5G no país por envolver municípios com mais de 30 mil habitantes e previsão de expansão da rede de fibra ótica, Claro, da TIM e da Telefónica, dona da Vivo, mantiveram a supremacia nos lotes nacionais

As ofertas vencedoras: Claro (R$ 338 milhões), Vivo (R$ 420 milhões) e TIM (R$ 351 milhões). O quarto lote não recebeu ofertas – considerado “deserto” no jargão técnico – e foi dividido pelas três operadoras nacionais que levaram os primeiros lotes.

PUBLICIDADE

Veja mais: Leilão de 5G; balanços Itaú, Bradesco, Rede D’Or, CSN: Radar SA

Faixa de 700 MHz: as estradas federais e 650 cidades

Winity Telecom, uma empresa formada pela Pátria Investimentos com a Blackstone como acionista, foi a surpresa do leilão, com um lance de R$ 1,43 bilhão pela faixa 700 MHz e será responsável por implantar o 4G em diversas rodovias do país. O lance teve um ágio de 800% em relação ao preço mínimo.

O novo player deverá cobrir 625 cidades até 2025 e mais de 30 mil km de rodovias federais até 2029.

Faixa de 3,5 GHz, lotes regionais:

Sercomtel: região Norte e parte de São Paulo

Brisanet, com atuação nas regiões Nordeste e Centro-Oeste

Consórcio 5G Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

Cloud2U: Rio, Espírito Santo e parte de Minas Gerais

Algar Telecom: partes de Minas Gerais e de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás

Faixa de 2,3 GHz (ainda em andamento):

Telefônica Brasil (Vivo): Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais (R$176,4 milhões, ágio de 125%)

Esta reportagem está em atualização.

Leia também

5 fatos para entender a PEC dos Precatórios e o que vem pela frente

BC revela que cogitou acelerar alta da Selic e juros sobem

Kassab: “É o voto útil que vai viabilizar a terceira via”


Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.