Azul poderá fazer oferta para comprar Latam no fim de novembro

Depois do dia 26 de novembro, caso permaneça o impasse com credores, Azul poderá fazer oferta para adquirir a companhia

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São Paulo — O grupo chileno Latam conseguiu mais tempo para negociar com seus credores e apresentar um plano de reorganização, etapa crucial para deixar a recuperação judicial. A companhia informou, nesta quinta-feira (28), que o juiz do Tribunal do distrito sul de Nova York aprovou o pedido de prorrogação do prazo até o próximo dia 26 de novembro, data limite para essa fase do processo.

Caso a Latam não consiga, novamente, cumprir esse prazo, a Azul poderá apresentar um plano alternativo e uma oferta aos credores e acionistas, a fim de adquirir a empresa. Devido aos sucessivos adiamentos solicitados pela Latam à Justiça americana, o mercado começa a ver essa possibilidade como factível. “A integração da malha aérea e sinergias em custos poderia resultar em um VPL (Valor Presente Líquido) de R$ 9,5 bilhões”, estimou o analista do Bradesco BBI, Victor Mizusaki, no fim de agosto, sobre uma possível união entre as duas empresas.

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A Latam tem repetido a narrativa de que não está à venda, expressando otimismo com o andamento dos seus esforços para deixar o Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana.

“Essa solicitação permite dar continuidade aos avanços das negociações com as diversas partes interessadas a fim de acordar as condições de financiamento e submeter à aprovação o seu plano de reorganização. Isso permitirá emergir de forma bem-sucedida do processo, em conformidade com a legislação vigente tanto dos EUA como do Chile, considerando o direito de subscrição preferencial dos acionistas no Chile”, disse a Latam, em nota.

A Latam disse ainda que participará ativamente desse processo “com a convicção de que seu êxito e o consenso de todos os participantes permitirão ao grupo propor um plano de reorganização que poderá ser apresentado ao tribunal de Nova York e submetido à aprovação dos credores, e, posteriormente, aos acionistas para a sua implementação”.

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“O grupo Latam e as suas afiliadas no Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru e Brasil recorreram a esse processo após as graves consequências da pandemia de Covid-19. Por meio do Capítulo 11, as afiliadas serão capazes de redimensionar as suas operações e adaptá-las ao novo ambiente de demanda e reorganizar seus balanços financeiros, ressurgindo assim como empresas mais ágeis, eficientes e sustentáveis para um novo estágio pós-pandêmico”, afirmou a companhia.

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