China assume compromisso de ter 80% da energia não fóssil até 2060

Os investimentos em energia a carvão, aço, alumínio eletrolítico, cimento e petroquímica serão estritamente controlados, informou a agência oficial de notícias Xinhua

Painéis solares flutuantes ganham espaço no país
Por Bloomberg News
24 de Outubro, 2021 | 10:20 AM

Bloomberg — A China pretende que o consumo de energia não fóssil exceda 80% de sua matriz energética total até 2060, quando a segunda maior economia do mundo planeja ser neutra em carbono, de acordo com as diretrizes publicadas pela agência oficial de notícias Xinhua.

As medidas são parte de um plano maior da China para atingir o pico das emissões nos próximos anos e se tornar neutra em emissões de carbono até 2060, disse a Xinhua no domingo. O país asiático reiterou as metas climáticas do governo para 2025 e 2030 e prometeu acelerar o declínio no uso de carvão.

A comunidade internacional está esperando que a China atualize seu compromisso no Acordo de Paris, enquanto os líderes mundiais se preparam para uma cúpula do clima das Nações Unidas que começa em 31 de outubro em Glasgow, Escócia. Como o maior poluidor do mundo, a China pode fazer mais do que qualquer outra nação neste momento para conter o aumento das temperaturas globais.

Leia também: COP26: Veja os principais pontos a serem debatidos na cúpula

PUBLICIDADE

Xie Zhenhua, o principal negociador da China, disse em julho que o país publicará um plano, denominado “1+N”, que responderá a perguntas sobre o roteiro oficial do país para atingir seus objetivos climáticos. De acordo com Xie, “N” se refere a políticas que abordam todos os setores e regiões. A Xinhua disse que o documento no domingo era a parte “1″ do plano.

O relatório informou que a China “conteria firmemente o desenvolvimento cego” de projetos com alto consumo de energia e emissões. O governo lançará políticas de controle de capacidade para as indústrias de carvão, petroquímica e química de carvão, disse a Xinhua, sem dar um cronograma ou mais detalhes. A nação planeja atingir um “patamar” de consumo de petróleo entre 2026 e 2030.

A China também acelerará o desenvolvimento de indústrias menos poluentes, incluindo materiais de próxima geração e veículos de energia limpa, de acordo com as diretrizes. Os investimentos em energia a carvão, aço, alumínio eletrolítico, cimento e petroquímica serão estritamente controlados.

PUBLICIDADE

--Com assistência de Karoline Kan.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Brasil abre as portas para negociação do mercado de carbono na COP26

Título verde do agronegócio vira case do Brasil na COP-26

Crise energética é novo obstáculo da meta de carvão da COP26