Startup de cashback do México levanta US$ 2,8 mi em rodada liderada pela ALLVP

Reworth oferece soluções API para que as instituições financeiras possam oferecer cashback aos clientes

O cashback comprovadamente incentiva clientes a gastar mais em comparação com descontos
Por Marcella McCarthy (Brasil)
18 de Outubro, 2021 | 09:30 AM

Miami — A Reworth, startup sediada no México que oferece soluções API para que as instituições financeiras possam oferecer cashback aos seus clientes, anunciou hoje o encerramento de uma rodada seed de US$ 2,8 milhões. A empresa foca em um melhor desempenho de cashback como recompensa, em vez de descontos.

“Psicologicamente, se eles devolvem dinheiro, você tende a gastar mais dinheiro. E também mostramos no aplicativo do banco quais comerciantes estão oferecendo cashback em um local perto de você a qualquer momento “, disse Raphael Kappeler, cofundador e CEO da Reworth.

De acordo com a empresa, o México processa cerca de US$ 125 bilhões em pagamentos com cartão todos os anos; no entanto, a maioria – 80% das transações – ainda é feita em dinheiro. Na América Latina como um todo, esse número chega a US$ 790 bilhões. Mas pagar com cartão de crédito e obter recompensas ou cashback pode ser benéfico para o banco, o comerciante e o consumidor.

Um estudo de 2018 nos EUA mostrou que, ao oferecer recompensas, os comerciantes realmente aumentaram sua receita quando comparado com o aumento de receita por meio da oferta de descontos. Embora financeiramente as duas ofertas possam representar uma economia igual para o cliente, a gratificação imediata de uma recompensa serviu como um impulso psicológico mais forte. As 200 empresas pesquisadas viram “um aumento médio de 36% na receita ano a ano, o que pode ser atribuído a promoções baseadas em recompensas, em oposição a um aumento de 28% atribuído a descontos”, constatou o estudo.

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Dito isso, o cashback oferece uma atração ainda mais forte do que pontos ou recompensas, especialmente para millennials. De acordo com uma pesquisa do Citibank com alguns millennials nos EUA, “69% dos entrevistados disseram que obter cashback é ‘absolutamente essencial ou muito importante’ quando solicitam um novo cartão de crédito”.

Frequentemente, com outras startups de cashback, uma pessoa precisa baixar um aplicativo e, como em qualquer coisa na vida, quanto mais etapas, é menos provável que as pessoas as sigam.

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“Quanto mais jovem a geração, menos atrito querem”, disse Kappeler.

Raphael Kappeler (centro) e seus cofundadoresdfd

Um dos benefícios da Reworth é que você não precisa baixar um aplicativo – a empresa nem tem um. A API é integrada ao aplicativo do banco, assim, o dinheiro do cashback cai instantaneamente nas contas bancárias dos usuários. Ao oferecer reembolso por meio do uso de um cartão de crédito, a Reworth também incentiva os clientes dos bancos a pagarem com cartão em vez de dinheiro, gerando mais dinheiro para os bancos.

“Começamos o negócio porque percebemos que muitas fintechs e bancos têm problemas para interagir com seus clientes”, disse Kappeler.

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A empresa, fundada em 2020, foi lançada com um piloto em maio deste ano e tem quatro instituições financeiras a bordo, incluindo a Actinver. A Reworth tem cerca de 1,2 milhão de usuários até agora.

Esta rodada foi liderada pela ALLVP, com participação da FJ Labs, com sede em Nova York; Soma Capital, com sede em San Francisco; e Gilgamesh, de Nova York, que concentra seus investimentos em fintechs nas Américas. Esta rodada leva o total arrecadado pela Reworth até agora para cerca de US$ 3,2 milhões.

A empresa, que já tem 20 funcionários em tempo integral, planeja usar o dinheiro para expandir sua equipe de tecnologia para que possa oferecer integração de API no mesmo dia, bem como integrar mais instituições financeiras. A empresa também comentou que planeja se expandir para o Brasil a seguir, mas esse ainda não é um plano imediato.

Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.