Boom global de M&A durará anos, afirma negociador alemão

2021 está prestes a bater o recorde anual de fusões e aquisições, de US $ 4,1 trilhões, estabelecido em 2007

Na segunda-feira (4), o Deutsche Bank nomeou Derek Shakespeare, do rival Barclays, como presidente de fusões e aquisições para EMEA
Por Jan-Henrik Förster - Myriam Balezou
10 de Outubro, 2021 | 08:13 AM

Bloomberg — O boom recorde em M&A, fusões e aquisições, globais ainda está dando seus primeiros passos, segundo um dos principais negociadores do Deutsche Bank.

Vejo a atividade atual de fusões e aquisições como o início de um ciclo de expansão que vai durar muitos anos”, disse Berthold Fuerst, que hoje divide a chefia da divisão global dos negócios de fusões e aquisições do banco alemão, em uma entrevista. “O que vejo é uma atividade elevada nos próximos anos.”

Os valores dos negócios globais encerraram o terceiro trimestre em US$ 3,8 trilhões, como mostram os dados da Bloomberg, o que significa que o ano está agora a apenas algumas centenas de bilhões de dólares de ultrapassar o recorde anual de US $ 4,1 trilhões estabelecido em 2007.

As transações de tecnologia abriram o caminho, já que empresas de todos os setores estão agora adaptando seus negócios para a era digital. Esse desejo de obter acesso a tecnologia inovadora por meio de aquisições estimulou atividades na faixa de US$ 1 bilhão a US$ 10 bilhões, uma tendência que Fuerst acredita que continuará.

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Fuerst contou que os conselhos de administração das empresas continuam confiantes em relação a concretizar fusões e aquisições, apesar da perspectiva de um papel reduzido dos bancos centrais, do aumento das taxas de juros e dos efeitos indiretos da pandemia, como os choques nas cadeias de abastecimento globais.

Outro motivador é o foco do mundo corporativo no aprimoramento dos padrões ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), inclusive por meio de uma transição para formas de energia mais verdes. Na semana passada, o Deutsche Bank designou Khaled Fathallah para liderar um recém-criado grupo de transição de energia.

“O complexo ESG está nutrindo o mercado de fusões e aquisições”, disse Fuerst. “Novos mercados estão surgindo aqui. É uma oportunidade para as empresas reinvestirem e realocarem capital em áreas que estão mais em conformidade com ESG. "

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A nomeação de Fathallah foi uma das várias mudanças na alta gerência da divisão de investimento do Deutsche Bank, na Europa, Oriente Médio e África (EMEA). Negociadores mais experientes, incluindo Richard Sheppard, Giuseppe Baldelli e Christof Muerb, assumiram cargos na presidência, com o objetivo de atuarem numa esfera mais de inteligência e consultoria.

“Estes são alguns dos nossos executivos mais experientes e queríamos liberá-los da gestão do dia-a-dia e, em vez disso, abrir espaço para que façam um trabalho mais direto de acompanhamento com os clientes e de mentoria e orientação para alguns dos nossos gerentes”, disse Henrik Johnsson, co-diretor de investimento do Deutsche Bank para EMEA.

Na segunda-feira (4), o Deutsche Bank nomeou Derek Shakespeare, do rival Barclays, como presidente de fusões e aquisições para EMEA.

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