Bloomberg Línea — O The World’s 50 Best Restaurants publicou novamente sua lista icônica dos melhores restaurantes do mundo depois de pular o ano de 2020 devido à pandemia. Em um evento na cidade de Antuérpia, na região de Flandres, Bélgica, o dinamarquês Noma ganhou o prêmio pelo primeiro lugar.
O Noma reabriu as portas no dia 1º de junho com um cardápio de pratos de verão que evocam a natureza, como abobrinha recheada com larvas de abelha. Em setembro, o Noma também recebeu pela primeira vez 3 estrelas Michelin.
Foi um ótimo ano para ser um restaurante em Copenhague: o segundo lugar ficou com o Geranium, da capital dinamarquesa, que serve comida escandinava criativa em um estádio de futebol; o especialista em grelhados Asador Extebarri, da Espanha, ficou em terceiro lugar.
O vencedor da última edição, Mirazur, no sul da França, não poderia vencer novamente.
Por sua vez, a América Latina continuou marcando presença e mantendo sua hierarquia na lista. Assim como em 2019, a região ficou com oito das 50 colocações do ranking.
Peru e México são os líderes na região, com dois restaurantes cada.
Os vencedores são escolhidos após a verificação das opiniões e experiências de mais de mil especialistas internacionais na indústria de restaurantes.
Confira os restaurantes da América Latina que constam na lista:
4º Lugar: Central (Lima, Peru)
Chefs responsáveis: Virgilio Martínez e Pía León.
“O restaurante é uma ode ao Peru em todas as suas formas. Os pratos celebram as paisagens, a história e as tradições únicas da sua terra natal através de um grande número de produtos de origem local”, destaca o ranking.
O cardápio de degustação inclui os melhores alimentos que a terra e o mar podem oferecer: vieiras, lula e vongole frescos direto do mar e do Rio Amazonas, ao passo que a região do Valle Sagrado origina a barriga de porco e o pescoço de cabra.
Veja mais: Como vai funcionar a volta dos cruzeiros no país
7º Lugar: Maido (Lima, Peru)
Chef responsável: Mitsuharu Tsumura
“Peru e Japão se unem para criar uma explosão de sabores fantásticos”, diz o site da lista.
A fusão das cozinhas latino-americana e oriental resulta em um cardápio emocionante e inusitado em um lugar onde se respira arte, segundo o perfil do local. A degustação de 12 pratos “Experiencia Nikkei” concentra-se principalmente em peixes: São pratos como vieiras de Paracas com feijão verde e missô, junto com o dishi de caranguejo e as tapiocas, além de bochecha de vitela, servida com tsukemono. O sorvete de lúcuma dá o toque final, com um pouco de molho de soja e mousse de macambo – fruta semelhante ao cacau.
9º Lugar: Pujol (Cidade do México, México)
Chef: Enrique Olvera
O sonho de Olvera de “mostrar tudo sobre a gastronomia mexicana, desde suas técnicas únicas e especiarias inimitáveis até a rica história do país” se tornou realidade. O restaurante, onde os visitantes ficam rodeados de luz natural, sobe constantemente ao topo do ranking.
Pujol oferece um menu variado de degustação com sete pratos. O Mole Madre e o Mole Nuevo são os mais pedidos. Um deles é aperfeiçoado ao longo de 2,5 mil dias. Além disso, um prato fumegante de milho é servido com maionese à base de formiga Chicatana.
Os favoritos do chef incluem uma torrada com kimchi e um taco de olho-de-boi – o peixe – servido com abacate e algas marinhas.

13º Lugar: Don Julio (Buenos Aires, Argentina)
Chef: Guido Tassi
Proprietário: Pablo Rivero
A lista destaca que a carne do Don Julio procede do gado Aberdeen Angus e Hereford criado nos campos nos arredores de Buenos Aires. A carne é armazenada em um refrigerador de clima controlado por pelo menos 21 dias para atingir a maturidade ideal.
Veja mais: Turismo de luxo esgota reservas para fim do ano e vê sumiço da classe executiva
Como entrada, o restaurante oferece empanadas de milho, abóbora e queijo e uma seleção de embutidos artesanais como o chorizo, morcilla e salchicha parrillera. Depois, Rivero recomenda cortes da casa como o bife de lombo.
#16 A Casa do Porco (São Paulo, Brasil)
Chef: Jefferson Rueda
Você é um amante da carne suína? Aqui você encontrará “uma festa de muitas formas”.
Rueda cria porcos locais com uma dieta natural de soro de leite e vegetais em uma fazenda.
Quem ficar na fila deste restaurante sem reserva deve pedir o cardápio de degustação O Porco É, diz o perfil do restaurante, e inclui a tarte de porco típica de Rueda e torresmo crocante de toucinho com geleia de goiaba.
Jefferson e Janaina Rueda, sua esposa, têm a missão de tornar seus restaurantes acessíveis a todos.
27º Lugar: Quintonil (Cidade do México, México)
Chef: Jorge Vallejo
Fresco, autêntico e repleto de sabores são palavras que definem o restaurante, de acordo com a nova edição da publicação culinária.
Escolher o cardápio de degustação é necessário para aproveitar a experiência do lugar: os pratos incluem rabada de boi com recado negro (tempero feito com milho, pimentas, alho e ervas) com purê de amêndoa e cebola roxa e um patê (a chamada mole) de vegetais orgânicos e pão de massa fermentada.
Vallejo trabalhou em cruzeiros, no Pujol e no Noma até a inauguração do Quintonil, onde, junto com Alejandra Flores – sua esposa – e sua equipe, mantém uma pegada de carbono tão baixa que muitos de seus ingredientes viajam apenas 30 metros da origem ao prato.

37º Lugar: Boragó (Santiago, Chile)
Chef: Rodolfo Guzmán
A inspiração de Boragó é a cultura Mapuche, os índios caçadores-coletores do sul do Chile e da Argentina, por isso o restaurante se caracteriza pela incorporação de plantas nativas em seus pratos.
Veja mais: Luxo: Ações do setor que dispararam na pandemia esfriam com reabertura
Com o cardápio “Endémica”, Guzmán leva os clientes a diferentes regiões com pratos como o mariscal (prato à base de frutos do mar) com tomate servido na abóbora, pato envelhecido em cera de abelha, como sobremesa, um bolo de morango e gelo brûlée com plantas do Deserto do Atacama.
É “uma experiência para todos os sentidos”, afirma a publicação.
45º Lugar: León, (Bogotá, Colômbia)
Chef: Leonor Espinosa, economista e artista de formação
O restaurante icônico da famosa chef apresenta ingredientes colombianos pouco conhecidos, como a cupuaçu, arrechón (uma bebida afrodisíaca) e bijao (uma planta parecida com a banana), enquanto defende as comunidades locais e as tradições gastronômicas.
A origem de cada ingrediente está representada em um mapa da Colômbia que mostra o quanto a chef viajou para obter os produtos exclusivos usados no León.
O jantar é dividido em um menu degustação de oito ou 13 pratos, com aperitivos delicados como mexilhões com coco e sal das salinas de Galerazamba, ou camarões secos com caracóis e formigas.
Leia também