Aéreas querem assentos com revestimento antiviral para minimizar tempo

Operadora que conseguia fazer oito trocas diárias de passageiros em determinada rota antes da pandemia, agora faz apenas seis devido aos demorados procedimentos de desinfecção

“As companhias aéreas estão fazendo a higienização, mas é exatamente isso que desejam reduzir”
Por Tara Patel
28 de Setembro, 2021 | 03:36 PM

Bloomberg — A demanda por revestimentos para assentos de aviões que sejam capazes de repelir vírus e bactérias disparou durante a pandemia, enquanto as companhias aéreas buscam reduzir o tempo e o custo da limpeza das cabines.

“Há muita coisa em jogo para as companhias aéreas”, disse Quentin Munier, chefe de estratégia e inovação da divisão de assentos da gigante de peças de aeronaves Safran. As licitações para novos pedidos cada vez mais têm exigido tecidos com propriedades antivirais, disse ele.

O setor de aviação civil está entre os mais atingidos pela Covid-19 e a maioria das operadoras adotou protocolos de saúde rígidos sobre o uso de máscaras e limpeza da cabine para impedir a transmissão, tranquilizar os passageiros e reativar as viagens. A Associação de Transportes Aéreos Internacional (IATA), que faz lobby para a indústria, publicou um documento de 32 páginas sobre como higienizar o interior de aeronaves.

As companhias aéreas estão fazendo a higienização, mas é exatamente isso que desejam reduzir”, disse Munier. Uma operadora que antes conseguia fazer oito trocas diárias de passageiros em uma determinada rota antes da pandemia, agora consegue fazer apenas seis por causa dos demorados procedimentos de desinfecção, disse ele.

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A Safran, com sede em Paris, está realizando testes com hospitais sobre a eficácia de tecidos nos quais os chamados biocidas são integrados durante a fabricação, informou ele. Outra possibilidade é o uso de sprays que podem ser aplicados em assentos existentes e que duram entre seis meses e um ano.

Isso poderia aliviar alguns dos procedimentos entre voos e abrir um novo horizonte para o mercado de assentos de aeronaves, que hoje opera em torno US$ 4,2 bilhões.

A IATA recomenda o uso de um aspirador de pó para remover as partículas soltas das capas de tecido dos assentos e, para os assentos com revestimento de couro, a orientação é limpar e secar a superfície. Aconselha também a retirada de manchas visíveis ou então a troca do tecido, e que os cintos e fivelas também sejam limpos e desinfetados.

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