Bloomberg — A BHP disse que terá como meta zerar emissões líquidas de gases de efeito estufa de fornecedores diretos e embarque de seus produtos até 2050, mas não estabeleceu o mesmo objetivo para clientes siderúrgicos devido ao que descreve como desafios técnicos enfrentados pelo setor.
As emissões do chamado Escopo 3 da empresa de Melbourne - que incluem compras e transporte, bem como emissões de usuários finais - foram de 402,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente no ano encerrado em 30 de junho, disse a BHP em um plano climático anunciado nesta terça-feira (14). O volume supera o total de emissões do Reino Unido e responde por 96% de suas emissões globais.
Embora o aço seja um componente importante em muitos dos produtos por trás do processo de descarbonização, sua produção é responsável por até 10% das emissões globais de gases de efeito estufa - e cerca de 75% das emissões de Escopo 3 da BHP. A empresa diz que trabalha com gigantes da indústria, como a japonesa JFE Steel e a chinesa HBIS, sobre maneiras de reduzir a pegada de carbono dos fabricantes.
“Há uma série de incertezas globais que devem ser consideradas em termos de atingir a emissão zero no aço”, disse a BHP no relatório, incluindo o cronograma para encontrar soluções econômicas para descarbonizar o processo de fabricação de aço. Enquanto alguns produtores de aço testam o uso de hidrogênio como alternativa mais limpa ao carvão, a empresa disse que a tecnologia enfrenta obstáculos em termos de custo e armazenamento.
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BHP e Rio Tinto, a maior exportadora mundial de minério de ferro, têm como meta reduzir em 30% a intensidade das emissões de clientes de aço na próxima década. A Fortescue Metals disse que vai anunciar metas para emissões de Escopo 3 no final deste mês.
Os objetivos de Escopo 3 da BHP vêm com ressalvas. A meta zero para fornecedores diretos está sujeita à disponibilidade de bens e serviços neutros em carbono que atendam aos requisitos da mineradora. Seu compromisso com o transporte marítimo depende da ampla disponibilidade de soluções neutras em carbono, incluindo combustíveis marítimos de baixas emissões - ou zero -, bem como tecnologia de navios adequados.
As emissões das operações da BHP aumentaram 2% no ano passado, mas a empresa disse que permanece na rota para atingir a meta de redução de 30% até 2030. Os acordos de fornecimento de energia solar e eólica já estavam em vigor em uma série de seus ativos de minas, o que diminuiria essas emissões nos próximos anos, disse a empresa.
A BHP busca despoluir seu portfólio com a saída do carvão térmico e maior exposição ao que o CEO Mike Henry chama de “commodities voltadas para o futuro”. Estas incluem metais como cobre e níquel, matérias-primas essenciais para baterias e fiação usados na transição para uma energia limpa.
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