Bolsa cai e dólar dispara em meio a riscos políticos

Mercados locais digerem manifestações da véspera e avaliam repercussão após falas do presidente Jair Bolsonaro

Por

São Paulo — O Ibovespa segue em forte queda e o dólar dispara nesta quarta-feira (8), com o mercado reagindo as manifestações do ferido de 7 de setembro, que foram marcadas por ameaças nos discursos do presidente Jair Bolsonaro em Brasília e em São Paulo.

  • Na bolsa, a queda chegou a mais de 3% durante a tarde, com o índice operando na casa dos 114.000 pontos. Os investidores temem quais serão os rumos da política e das reformas com a situação. A queda vista nas ações da Petrobras (PETR4) e de bancos, além do mau humor externo contribuem para piora do desempenho
  • O câmbio também é afetado pela tensão local, com os temores sobre como pode ficar a entrada de investimentos no país no atual cenário. As taxas do DI também sofrem, registrando alta em todos os vencimentos

“Não temos certeza sobre qual vai ser o desfecho dessa crise institucional”, diz Camila Abdelmalack, Economista-chefe na Veedha Investimentos. “Precisamos de uma resolução na articulação entre os poderes. A paralisação da agenda legislativa gera ainda mais incerteza sobre destino das reformas e dá mais combustível para desvalorização dos ativos”, completa.

No início da tarde, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, fez pronunciamento no qual declarou que ameaçar decisões da corte é crime de responsabilidade e que ninguém fechará o tribunal, segundo informações da Bloomberg.

Em seguida, o Procurador Geral da República, Augusto Aras, também se pronunciou, atenuando os fatos da véspera, dizendo que as manifestações do 7 de setembro foram pacíficas e típicas de um regime democrático.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), resolveu suspender as sessões da Casa agendadas para hoje e amanhã.

  • Câmbio: Perto das 15h30, o dólar operava em alta de 2,47%, a R$ 5,29
  • Bolsa: O Ibovespa caía 2,91%, a 114.465 pontos
    • Lideravam os ganhos em pontos Localiza (RENT3), Suzano (SUZB3) e Unidas (LCAM3). As ações do Itaú (ITUB4), Vale (VALE3) e B3 (B3SA3) eram destaques negativos
  • Juros: As taxas dos DIs seguem em alta. A taxa para janeiro de 2022 subia para 6,960%, enquanto as para janeiro de 2025 avançavam para 10,02%
  • Exterior: Em Nova York, o Dow Jones caía 0,28%, o S&P 500, 0,17% e o Nasdaq, 0,58%

Leia também

Lira pede fim de “bravatas” e diz que país precisa de diálogo

Bitcoin ensaia recuperação após estreia volátil em El Salvador

Montadoras temem impacto da instabilidade institucional no Brasil nas vendas de veículos