São Paulo — A véspera de feriados aqui e lá fora e de manifestações de 7 de setembro levaram os mercados a oscilarem ao longo do pregão e optarem pela cautela.
O Ibovespa, que passou boa parte da tarde no vermelho e chegou a atingir os 115.582 pontos na mínima do dia, conseguiu fechar em alta, com investidores aproveitando as barganhas desta sexta-feira. Com os mercados fechados nos Estados Unidos na segunda-feira (6), por conta do feriado do Dia do Trabalho - e trazendo baixa liquidez para o cenário doméstico -, e por aqui na terça-feira (7), os operadores já começaram a colocar o pé no freio desde já e preferiram não se comprometer.
- O Ibovespa fechou em alta de 0,22%, aos 116.933 pontos. Na semana, o índice caiu 3,10%
- Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) ficaram entre as maiores perdas em peso do índice
- O dólar futuro fechou em alta de 0,21%, a R$ 5,216, refletindo a maior cautela doméstica, assim como a ponta mais longa da curva de juros. O DI para janeiro próximo fechou em leve queda, de 1,5 ponto-base, para 6,845%, enquanto o vencimento de janeiro de 2027 subiu 10 pontos-base, para 10,300%
- Nos EUA, as bolsas fecharam em direções mistas: o Nasdaq subiu 0,21%, beneficiado pelas tecnológicas, enquanto S&P 500 e Dow Jones caíram 0,03% e 0,21%, respectivamente
Contexto
A cautela vista nos mercados globais na sessão de hoje refletiu os dados mais fracos do que o esperado do mercado de trabalho dos EUA. As folhas de pagamento não-agrícolas (Payroll) tiveram um aumento de 235.000 no mês passado, depois de um ganho revisado para cima de 1,05 milhão em julho, segundo o Departamento do Trabalho, levando a taxa de desemprego para 5,2%.
- A expectativa era de uma adição mensal de 733.000 postos de trabalho em agosto, conforme estimativa Bloomberg. A desaceleração nas contratações provavelmente reflete os temores crescentes sobre a variante delta da Covid-19, que se espalha rapidamente pelo país.
Por aqui, o sentimento foi da preferência pela cautela pelo que está por vir. As incertezas quanto às manifestações prometidas pelo presidente Jair Bolsonaro para a terça-feira tem preocupado o mercado há dias, principalmente dado o cenário de tensão que vive o líder do Executivo e os demais Poderes. Nesta sexta-feira, Bolsonaro chegou a dizer que o 7 de setembro será ultimato para duas pessoas do Supremo, sem citar nomes.
Para a próxima semana, os destaques que estarão no radar dos investidores são:
- A reforma do Imposto de Renda, que segue para o Senado após aprovação turbulenta na Câmara na quinta-feira
- Na quinta-feira (9), será divulgado o dado de inflação medido pelo IPCA de agosto, que deve desacelerar para 0,72% segundo economistas, contra 0,96% em julho
- Lá fora, os EUA divulgam o PPI e o Banco Central Europeu tem decisão de juros
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