Maior petroleira da China busca reativar operações na Venezuela

A CNPC estaria enviando equipes e selecionando empresas para trabalhos de manutenção em instalação na Venezuela, segundo fontes

Joint venture da CNPC com a PDVSA teve seu pico em 2016
Por Fabiola Zerpa
01 de Setembro, 2021 | 07:14 PM

Bloomberg — A maior produtora de petróleo da China prepara o terreno para reativar a produção na Venezuela enquanto o presidente Nicolás Maduro finaliza legislação para atrair mais investimentos internacionais.

Antes um grande investidor no país membro da Opep, a China National Petroleum Corp. está enviando engenheiros e equipe comercial ao país e selecionando empresas venezuelanas para trabalhos de manutenção em uma instalação de mistura de petróleo que opera em parceria com a Petróleos de Venezuela, segundo pessoas com conhecimento direto da atuação da empresa, que pediram para não serem identificadas. A CNPC também está em contato com provedores de serviços no país para aumentar potencialmente a produção de petróleo em cinco outros projetos com a estatal venezuelana, disseram as pessoas.

As sanções mais duras dos EUA ao regime de Maduro e a turbulência no mercado de petróleo nos últimos anos deixaram a Venezuela isolada e sem os cruciais investimentos estrangeiros para sustentar a produção. O país agora busca se recuperar com uma legislação que daria a parceiros internacionais mais controle sobre as operações.

Representantes da CNPC e da PDVSA não responderam a mensagens com pedido de comentários.

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Veja mais: Petróleo termina agosto com a maior perda mensal do ano antes da Opep+

Embora as medidas da CNPC ainda sejam preliminares, são os primeiros sinais de que um dos parceiros internacionais mais importantes da Venezuela considera seriamente retornar ao país após dois anos de escassos investimentos. A produtora chinesa ainda precisa dar passos importantes, como assinar contratos de compra ou de serviço com empresas locais.

As sanções dos EUA podem ser um obstáculo. Embora o governo de Maduro tenha esperança de que o presidente dos EUA, Joe Biden, possa ser mais brando com a Venezuela do que seu antecessor, não está claro se a Casa Branca flexibilizará as políticas que proíbem a maioria dos negócios com a PDVSA. O governo Biden até agora tem relutado em negociar com o líder venezuelano.

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Para Maduro, a CNPC seria um importante investidor, pois seu objetivo é triplicar a produção de petróleo do país até o final deste ano. A Venezuela, com as maiores reservas de petróleo do mundo, enfrenta queda da produção com a saída de parceiros internacionais. A produção atual de cerca de 500 mil barris por dia é cerca de um sexto do pico em 2008.

A CNPC era um dos maiores players estrangeiros no país até 2016, quando produzia cerca de 170 mil barris por dia, segundo dados da PDVSA. A produção da empresa caiu 75% em julho, depois que as sanções dos EUA dificultaram fazer negócios no país e o financiamento da PDVSA secou.

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