Arábia Saudita recua sobre mudança no prazo de validade de frango congelado

Plano do país era reduzir ‘shelf life’ de 12 para apenas três meses; isso daria ao produto brasileiro menos de um mês de tempo de prateleira e praticamente inviabilizaria as exportações para o país

Arábia Saudita, segundo maior cliente da indústria de frango do Brasil, propôs reduzir o prazo de validade do produto congelado importado para apenas três meses. Felizmente, decisão não foi adiante
16 de Agosto, 2021 | 05:46 PM

São Paulo — As autoridades sanitárias da Arábia Saudita comunicaram hoje que não vão mais seguir com o plano de reduzir o prazo de validade do frango congelado importado. O país acolheu os argumentos dos exportadores e de operadores locais e decidiu por suspender a implementação da medida que determinava a adoção de um “shelf life” para o frango congelado de apenas três meses.

Em maio, os árabes comunicaram a Organização Mundial do Comércio (OMC) que queriam reduzir de um ano para apenas três meses a validade do produto que entra no mercado saudita. A medida atingiria diretamente os exportadores brasileiros, que têm na Arábia Saudita o segundo maior destino dos embarques.

Isso porque, com 45 dias entre a fabricação e o tempo de viagem, mais a chegada aos portos sauditas e o período de desembaraço do produto, restaria ao frango brasileiro menos de um mês de tempo de prateleira. Com tão pouco tempo de validade, nenhum importador teria mais interesse em adquirir o produto brasileiro.

“A acolhida da decisão restabelece os processos de nossas tratativas com o fundamental mercado da Arábia Saudita sob os critérios que norteiam o comércio internacional de alimentos. É uma notícia importante para os exportadores brasileiros, que têm uma sólida e longa relação com este mercado”, disse Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.