Investimento estrangeiro na B3 atinge mais de R$ 2 bi no começo de agosto

Compras superam vendas de ações até o último dia 5, indicando permanência do apetite por papéis do mercado brasileiro

Bolsa brasileira apresenta saldo positivo entre compras e vendas de ações pelos investidores estrangeiros, no início de agosto, até dia 5
09 de Agosto, 2021 | 09:25 AM

São Paulo — O investimento estrangeiro na B3 atingiu R$ 2,391 bilhões em agosto, até o último dia 5, último dado disponível. O número mede a diferença entre compras (R$ 68,629 bilhões) e vendas (R$ 66,238 bilhões) de ações.

Os estrangeiros lideram os negócios na Bolsa brasileira, respondendo por 25,07% do total de compras e 24,20% do total de vendas de papéis. Em segundo lugar, aparecem os institucionais (11,88% de compras e 13% de vendas) e investidores individuais (9,22% de compras e 9,42% de vendas).

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Apesar dos riscos

O resultado parcial da primeira semana do mês indica um saldo positivo, apesar do clima de cautela que se instalou desde o mês passado com as preocupações sobre ruídos políticos do ano pré-eleitoral, sobre os riscos de piora fiscal das contas públicas, além dos temores de um choque de juros com o repique da inflação no Brasil, a expectativa com a retirada dos estímulos à economia norte-americana com a consequente alta dos juros por lá e o avanço da variante Delta do novo coronavírus no mundo.

A média diária de negócios na B3 soma R$ 31,312 bilhões neste mês, com 4,022 milhões de transações. O desempenho está acima da média diária de julho (R$ 28,200 bilhões e 3,458 milhões de negócios), mas abaixo da média diária do acumulado do ano (R$ 34,229 bilhões e 3,907 milhões), indicando que o primeiro semestre foi mais movimentando do que está sendo este segundo.

Balanços e retomada

Índice de referência do mercado brasileiro de ações, o Ibovespa fechou em alta de 0,96%, aos 122.819 pontos, na última sexta-feira, acumulando valorização de 0,83% no mês e de 3,19% no ano.

Safra positiva de balanços do segundo trimestre, reforçando a avaliação de resiliência das principais companhias do país diante do segundo ano de pandemia da Covid-19, e perspectivas de retomada da economia brasileira após o avanço da campanha de vacinação compõem o contexto de manutenção da aposta dos estrangeiros nas ações negociadas na B3.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.