Bloomberg — O Google está apostando mais em smartphones ao se juntar às concorrentes Apple Inc. e Samsung Electronics Co. e projetar o componente mais essencial do dispositivo internamente: o processador principal.
A empresa da Alphabet Inc. disse na segunda-feira, que seus próximos carros-chefes, o Pixel 6 e o Pixel 6 Pro, incluirão os novos chips da Tensor quando forem lançados no final do ano. O Google utilizava processadores da Qualcomm Inc. em todos os seus celulares Pixel desde os primeiros modelos lançados em 2016. O novo chip é projetado para reforçar a tecnologia de inteligência artificial e melhorar o reconhecimento de voz e o processamento de fotos e vídeos.
O novo componente será o primeiro sistema em chip do Google – uma tecnologia que integra os principais elementos do dispositivo. Projetar esses processadores demora anos e requer um investimento massivo, tanto financeiramente quanto em termos de recursos. Para que esse empreendimento tenha retorno, os futuros celulares Pixel do Google provavelmente deverão vender mais que modelos anteriores.
A Apple fabrica chips para o iPhone desde 2010, mas a empresa vende mais de 100 milhões de unidades por ano. A Samsung também processa um volume extremamente grande. A empresa é a segunda maior fabricante de chips e ela vende mais celulares que a Apple.
O sistema operacional Android do Google é o software mais popular para smartphones, utilizado por empresas como a Samsung em seus dispositivos. Contudo, os próprios celulares do Google não tiveram um impacto tão grande, mesmo com os elogios por seu design e suas características.
As vendas do Pixel foram inexpressivas nos primeiros anos, antes de aumentarem em 2019, quando a empresa focou em aparelhos mais baratos. Porém esse crescimento explodiu. No primeiro semestre de 2021, a participação de mercado do Pixel caiu 7% ao ano, segundo a Counterpoint Research. O faturamento da OnePlus, pequena fabricante de celulares, aumentou mais de 400%. A Motorola, a Apple, a Nokia e a Samsung também cresceram.
O Google planeja lançar um novo celular mais barato neste mês, mas este ainda deve portar um processador da Qualcomm.
O Google não forneceu as especificações técnicas do novo processador, mas a empresa desenvolveu o componente com diversos engenheiros provenientes da Apple na equipe. Ainda não se sabe como o chip vai se sair na primeira iteração em comparação a ofertas mais atrativas da Qualcomm, da Apple e de outros concorrentes. O chip conta com um instruction set da Arm Holdings – a mesma tecnologia utilizada pela maioria das empresas do setor.
Em declaração, o diretor-presidente do Google, Sundar Pichai, afirmou que o chip estava em desenvolvimento há anos e denominou-o “a maior inovação do Pixel até agora”. Rick Osterloh, chefe do setor de dispositivos e serviços da empresa, disse em entrevista que os celulares serão formalmente lançados em outubro e vendidos no fim do ano.
Além do novo chip, os novos celulares Pixel passarão por uma repaginação de seus exteriores. Ambos os modelos terão tela infinita com borda de metal, bem como uma câmera na parte superior do display. Além disso, contarão com um leitor de impressão digital na parte traseira e um scanner integrado ao display.
O Pixel 6 padrão tem um display ligeiramente menor que o Pixel 6 Pro, que também tem bordas de metal mais brilhantes e uma câmera adicional. Ambos os modelos possuem um sensor de câmera padrão, uma lente ultra wide e um sensor time of flight que mede a distância do foco. O modelo Pro tem uma lente telefoto que oferece uma gama mais ampla de zoom.
O Google também está usando a linha Pixel 6 para lançar seu novo sistema de design Material You como parte do Android 12. O novo conceito altera as cores dos botões e da interface para combinar com o papel de parede do celular.
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