Bloomberg — Menos de 15% dos US$ 2,4 trilhões em gastos do governo para apoiar a recuperação econômica pós-pandemia foram destinados a investimentos em energia limpa, segundo a Agência Internacional de Energia.
“É um bom começo”, afirma Fatih Birol, diretor executivo da IEA, “mas o dinheiro não é suficiente” para colocar o mundo em um caminho para zerar emissões líquidas até 2050. A maior parte dos US$ 380 bilhões em gastos verdes acontece nas economias avançadas, quando deveria estar ajudando a acelerar a transição para a energia limpa nos países emergentes.
Governos comprometeram US$ 16 trilhões em apoio fiscal total, mas grande parte foi para fortalecer os mercados financeiros a fim de estabilizar suas economias. Cerca de 15% foram para impulsionar o crescimento econômico por meio da criação de empregos, a fim de atingir os níveis pré-pandêmicos o mais rápido possível.
Gastar centenas de bilhões de dólares a mais em energia limpa não é um aumento tão grande quanto pode parecer. Na terça-feira, uma pesquisa feita pela BloombergNEF e Bloomberg Philanthropies descobriu que os países do G-20 gastaram US$ 3,3 trilhões em subsídios aos setores de carvão, petróleo e gás entre 2015 e 2019.
A falta de gastos verdes suficientes significa que emissões globais podem ultrapassar o pico de 2018 já em 2023. Para evitar que as temperaturas globais subam acima de 1,5°C, o mundo precisa reduzir suas emissões pela metade até o final da década em relação ao número de 2018.
Na preparação para as negociações climáticas globais em Glasgow em novembro, Birol afirmou que é importante garantir que as economias emergentes tenham o financiamento disponível para financiar suas recuperações econômicas por meio de gastos com energia limpa. “Sem as instituições financeiras internacionais desempenhando o papel de catalisadores, o dinheiro não chegará ao seu destino”, acrescentou.
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