Bloomberg Línea — Diante do temor generalizado de que algoritmos e robôs substituam milhões de empregos, Jeff Bezos, fundador da Amazon, disse que profissionais criativos são únicos os que a tecnologia jamais poderá substituir.
“Há apenas um tipo de trabalhador que nunca poderá ser substituído pela IA: aquele que tem a capacidade de inventar”, disse Bezos durante sua participação na recente Italian Tech Week 2025 em Turim.
Para o empresário, a criatividade humana continua sendo o elemento essencial que diferencia as pessoas das máquinas. “A inventividade não apenas impulsiona a inovação, mas é a base de todo o avanço tecnológico.”
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Bezos relembrou uma lição de sua infância que moldou seu pensamento. Durante um verão no rancho da família no Texas, ele e seu avô consertaram um trator quebrado.
“Passamos um verão inteiro consertando o carro. Para retirar a transmissão, tivemos que construir nosso próprio guindaste”, disse ele. Ele explicou que a experiência lhe ensinou o valor da engenhosidade prática e a importância de enfrentar os desafios com criatividade.
O magnata de 61 anos, que ocupa o terceiro lugar no Bloomberg Billionaires Index, com uma fortuna de US$ 265 bilhões, descreveu-se como um “inventor por natureza”.
“Coloque-me na frente de um quadro branco e eu posso gerar cem ideias em meia hora”. O empresário acrescentou que busca a mesma atitude nos candidatos que desejam trabalhar em suas empresas. “Quando entrevisto os candidatos, peço que me dêem um exemplo de algo que tenham inventado”.
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Otimismo
Sua visão sobre o papel da inteligência artificial é, no entanto, otimista.
Em uma mesa redonda anterior organizada pela CNBC Make It, o fundador da Blue Origin disse que não vê “como alguém pode ficar desanimado se estiver vivo neste momento. (A IA fará com que) a qualidade e a produtividade de todas as empresas aumentem... Todas as empresas de manufatura, todos os hotéis, todas as empresas de produtos de consumo. É difícil de imaginar, mas é real”.
Embora tenha reconhecido que a IA está passando por “uma bolha industrial” e que os investidores ainda precisam aprender a distinguir “boas ideias das ruins”, ele está confiante de que os verdadeiros vencedores dessa revolução tecnológica trarão “benefícios gigantescos” para a sociedade.
Seu entusiasmo contrasta com os relatórios recentes sobre a Amazon. A empresa informou em outubro que planejava cortar cerca de 14.000 empregos corporativos, cerca de 4% de sua força de trabalho. A informação veio apenas alguns meses depois que o CEO Andy Jassy alertou que a IA diminuiria a força de trabalho da empresa.
Ainda assim, Bezos continua comprometido com a criatividade como a melhor ferramenta humana diante da automação. “O futuro pertence àqueles que inventam.









