Depois da DeepSeek, OpenAI lança modelos de IA ‘abertos’ que imitam raciocínio humano

Novas ferramentas podem realizar tarefas complexas, mas a empresa não revela os dados usados para treiná-los, o que não permite serem vistas como de código totalmente aberto

Ferramentas podem realizar tarefas complexas, como escrever códigos e procurar informações on-line em nome do usuário
Por Rachel Metz
05 de Agosto, 2025 | 02:49 PM

Bloomberg — A OpenAI anunciou o lançamento novos modelos de inteligência artificial abertos e disponíveis gratuitamente que podem imitar o processo humano de raciocínio, meses depois que a DeepSeek, da China, ganhou atenção global com seu próprio software aberto de IA.

Os dois modelos, chamados GPT-oss-120b e GPT-oss-20b, estarão disponíveis na plataforma de hospedagem de software de IA Hugging Face e podem produzir texto - mas não imagens ou vídeos - em resposta às solicitações do usuário, disse a OpenAI na terça-feira (5). Esses modelos também podem realizar tarefas complexas, como escrever códigos e procurar informações on-line em nome do usuário, disse a empresa.

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Os modelos são sistemas de peso aberto, semelhantes ao Llama da Meta. O termo “peso” refere-se aos parâmetros em um modelo de IA.

A OpenAI divulgou os diversos valores numéricos que os modelos captaram e com os quais foram ajustados durante o processo de treinamento, permitindo que os desenvolvedores os personalizem melhor. No entanto, a OpenAI não revela os dados usados para treiná-los, e fica aquém da definição de um modelo de IA verdadeiramente de código aberto.

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Apesar do nome, a maioria dos modelos da OpenAI são sistemas fechados - o tipo de software que é controlado pelo desenvolvedor, não pode ser modificado pelos usuários e inclui menos transparência sobre seus fundamentos técnicos.

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Como muitos de seus rivais norte-americanos, a OpenAI protegeu seus dados de treinamento e se concentrou em cobrar mais por seus modelos mais poderosos para compensar o imenso custo de desenvolvimento.

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A OpenAI não lança um modelo aberto desde 2019, quando lançou o GPT-2, um antecessor do software que originalmente alimentava o chatbot ChatGPT.

Pouco depois que a DeepSeek lançou seu sistema R1 aberto em janeiro, o CEO da OpenAI, Sam Altman, disse que a empresa estava discutindo a liberação de alguns pesos de modelo. Ele também reconheceu que a OpenAI precisava “descobrir uma estratégia diferente de código aberto”. Mais recentemente, o Plano de Ação de IA do Presidente Donald Trump incentivou o desenvolvimento de modelos abertos, citando seu potencial para “se tornarem padrões globais” em negócios e pesquisas acadêmicas.

No entanto, os críticos do software de código aberto há muito argumentam que ele é menos seguro. Em julho, Altman publicou na rede social X que a empresa havia planejado lançar um modelo de peso aberto em meados daquele mês, mas estava adiando “para executar testes de segurança adicionais e analisar áreas de alto risco”.

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“Embora confiemos que a comunidade construirá grandes coisas com esse modelo, uma vez que os pesos são lançados, eles não podem ser retirados”, disse Altman na época. A OpenAI pretende que os novos modelos abertos sejam usados por indivíduos, empresas e governos que queiram ajustar e executar sistemas de IA em seus próprios hardwares e serviços. A Orange e a empresa de software Snowflake estão entre as empresas que estão testando os modelos, disse a OpenAI.

Os dois novos modelos são relativamente compactos e eficientes. A opção mais potente, 120b, pode ser executada em uma unidade de processamento gráfico de 80 gigabytes, informou a empresa. O modelo 20b, por sua vez, pode operar em um laptop com 16 gigabytes de memória, disse a OpenAI.

Durante uma reunião com jornalistas nesta semana, a OpenAI disse que espera receber feedback dos usuários, que poderá ser analisado para decidir que tipo de modelo aberto será lançado no futuro.

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