Com Sam Altman de volta, Microsoft entra no conselho da OpenAI, mas sem voto

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Bloomberg — A OpenAI informou que Sam Altman foi oficialmente reintegrado como diretor executivo e que possui um novo conselho de administração, com a Microsoft se juntando como membro observador sem direito a voto.

O anúncio desta quarta-feira, numa postagem no blog da empresa escrita por Altman, vem duas semanas após a chocante demissão do CEO da startup de inteligência artificial, seguida por uma luta de poder dramática na sala de reuniões do conselho.

A OpenAI também afirmou que Mira Murati - que era diretora de tecnologia até a remoção de Altman, quando ela foi brevemente nomeada CEO interina - voltou a ser a CTO da empresa. O co-fundador da OpenAI, Greg Brockman, retornará como presidente da empresa após ter renunciado em protesto contra a demissão de Altman.

A Microsoft, maior investidora da empresa, não tinha ocupado anteriormente um cargo no conselho, antes de assumir o papel atual. Os novos diretores são Bret Taylor, ex-co-CEO da Salesforce, que será o presidente; Larry Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos; e Adam D’Angelo, um membro remanescente do conselho anterior e CEO do site de perguntas e respostas Quora. Uma das principais tarefas dos diretores será formar um conselho mais permanente.

Em entrevista na quarta-feira, Altman disse que o novo conselho será selecionado “bastante rapidamente”. Ele não especificou quantas pessoas farão parte do grupo, mas disse que será “significativamente ampliado” em relação ao número atual. Questionado se ele voltará a integrar o conselho, Altman afirmou que isso não é uma “prioridade máxima” no momento.

“A OpenAI está encerrando o mês de novembro com uma governança mais forte e uma base de governança do que tinha no início do mês”, disse o presidente da Microsoft, Brad Smith, em entrevista a repórteres em Londres na quinta-feira. “Esses passos estão nos dando mais confiança. Acredito que eles devam dar mais confiança ao governo e aos clientes.”

“Eu não vejo um futuro em que a Microsoft assuma o controle da OpenAI”, acrescentou Smith, quando questionado.

Em uma nota que acompanha a postagem de Altman, Taylor disse que os novos diretores buscarão criar um conselho “qualificado e diversificado”.

Taylor também afirmou que a empresa irá “melhorar a estrutura de governança da OpenAI”. A startup tem sido criticada por uma estrutura que permitiu que um conselho sem fins lucrativos demitisse o CEO da empresa sem consultar seus maiores investidores.

A OpenAI foi fundada em 2015 como uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, mas posteriormente mudou sua estrutura para incluir uma startup com fins lucrativos que solicitou investimentos e estabeleceu parcerias com empresas como a Microsoft para utilizar suas ferramentas de IA. A empresa tem previsão de ser avaliada em US$ 86 bilhões em uma oferta planejada que permitirá que alguns funcionários vendam suas participações para investidores externos.

Greg Brockman

Como parte do esforço para “estabilizar ainda mais a organização da OpenAI”, Taylor disse que a empresa irá convocar um “comitê independente do conselho para supervisionar uma revisão dos eventos recentes”. Anteriormente, a Bloomberg informou que Altman concordou com uma investigação interna sobre a conduta que levou à sua demissão. Altman afirmou na entrevista que os novos membros do conselho supervisionarão a investigação e que ele “acolhe” a mesma.

Summers disse que vai se concentrar em aumentar o tamanho do conselho da OpenAI e melhorar os procedimentos de governança tanto para a parte sem fins lucrativos quanto para a parte com fins lucrativos. Em uma entrevista, ele afirmou que os diretores irão realizar uma “revisão séria e aprender todas as lições adequadas”, mas que não tinha nenhum comentário imediato sobre a investigação. Ele acrescentou: “Estamos no conselho há apenas meia hora.”

Ilya Sutskever, cientista-chefe e co-fundador da OpenAI, foi um dos diretores que demitiu Altman. Mais tarde, Sutskever disse que lamentava seu papel na demissão. Altman disse em sua postagem no blog que Sutskever não será um membro do conselho, mas que estão “discutindo como ele pode continuar seu trabalho na OpenAI”.

As diretoras Helen Toner e Tasha McCauley não farão mais parte do conselho. Em uma postagem no X, anteriormente Twitter, Toner disse que renunciou oficialmente e acrescentou: “Continuarei meu trabalho focado em políticas, segurança e ética de IA”.

A demissão de Altman, em 17 de novembro, do fabricante do popular chatbot ChatGPT, chocou a indústria de tecnologia. Naquele dia, o conselho afirmou em um comunicado que Altman não foi “consistentemente franco” com os diretores da OpenAI, “dificultando sua capacidade de exercer suas responsabilidades”.

A decisão desencadeou cinco dias tumultuados na empresa: Brockman saiu em protesto. Murati se tornou CEO interina, tentou recontratar Altman e logo foi substituída como CEO. Enquanto isso, quase todos os cerca de 770 funcionários da OpenAI assinaram uma carta ameaçando renunciar caso Altman não fosse reintegrado.

Em 21 de novembro, a OpenAI anunciou que chegou a um acordo, em princípio, para reintegrar Altman como CEO e substituir o conselho.

Na postagem de quarta-feira, Altman disse que as prioridades da empresa daqui para frente serão avançar em suas pesquisas, melhorar sua estrutura de governança e se concentrar novamente em seus produtos. No caos da liderança, alguns dos clientes da empresa questionaram o quanto poderiam contar com a startup para suas necessidades de IA. Altman afirmou que a OpenAI não perdeu nenhum cliente durante o período em que ele foi demitido e depois reintegrado.

Perguntada sobre como a startup planeja superar os eventos das últimas semanas, Murati disse que a OpenAI pretende garantir que os clientes saibam que está totalmente comprometida. “Precisamos voltar à estabilidade e nos reorganizar nesta semana”, disse ela.

Depois de tudo o que aconteceu, Altman disse que se sente cansado, mas também com “mais empolgação e convicção do que nunca”.

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