Breakeven? Esta startup brasileira tem lucro de US$ 70 mi e vê IPO ‘quando quiser’

A CloudWalk, fundada por Luis Silva, atinge US$ 500 milhões em receita anualizada e prevê novo salto com entrada no mercado americano com oferta de ‘tecnologia única’

Luis Silva, CEO da Cloudwalk
15 de Abril, 2024 | 01:07 PM

Bloomberg Línea — A CloudWalk se prepara para uma eventual oferta pública inicial, com planos de buscar o IPO nos Estados Unidos no fim de 2025, sujeito às condições do mercado. A empresa já é lucrativa, impulsionada por uma estrutura de negócios projetada para eficiência “desde o início”, segundo Luis Silva, CEO e fundador da CloudWalk, em entrevista à Bloomberg Línea durante o Brazil at Silicon Valley na última semana.

“Estamos nos preparando para o IPO e temos o mais relevante, que são números espetaculares que permitiriam fazer a oferta no momento que quiséssemos, se a condição macro permitir.”

A empresa tem como planos conquistar o mercado norte-americano e, com esse objetivo, está perto de fechar parcerias estratégicas com três bancos que operam no país. Com sede em São Paulo, a CloudWalk gera cerca de US$ 500 milhões de receita recorrente anualizada (ARR) no Brasil.

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“É uma empresa lucrativa, geramos por volta de US$ 70 milhões de net income [lucro líquido] anualizado”, disse o empreendedor. Ele afirmou que a empresa cresce em média de 50% ano contra ano, com uma base com 1,5 milhão de clientes no Brasil.

Silva enfatizou a importância da tecnologia desenvolvida pela empresa no mercado brasileiro, que oferece pagamentos em tempo real e estratégias de prevenção a fraudes.

A CloudWalk oferece no Brasil a InfinityPay, marca de adquirência que tem conta bancária, link de pagamento, cartão e cashback para PMEs. “Temos uma plataforma completa para o pequeno e médio empreendedor vender e receber o dinheiro mais rápido”, disse.

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Há um ano e meio a CloudWalk começou projeto de expansão para os Estados Unidos.

“Vimos a necessidade que o micro vendedor americano tem para aceitar pagamento mais rapidamente. Não tem Pix. Tem o Fednow [serviço semelhante ao Pix] que estão tentando emplacar e convidando os bancos a participar, mas não há ainda uma adoção de todos os bancos”, disse Silva.

“O microempreendor americano não tem ainda o conhecimento do que é vender e receber o dinheiro na hora, então construímos uma marca que se chama Jim.com.”

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Segundo o CEO da CloudWalk, em questão de segundos o cadastro é aprovado, o que permite que o vendedor comece a vender e a receber o dinheiro na hora.

“Temos IA [Inteligência Artificial] dentro dessa aplicação, que o ajuda a gastar esse dinheiro, a vender melhor, a fazer propaganda e a otimizar a operação”, afirmou.

O lançamento do Jim.com será em Nova York, em Austin e no Vale do Silício. “Vamos começar a mandar os convites para várias pessoas que já se inscreveram na nossa lista de espera nas próximas semanas.”

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O empreendedor disse que a estrutura do negócio e a plataforma desenvolvida dentro de casa permitem que a CloudWalk opere com eficiência, citando uma receita anualizada por funcionário de aproximadamente US$ 833 mil (dado que são cerca de 600 funcionários).

“Nós acreditamos que a tecnologia que estamos trazendo para o mercado americano é muito única, porque ela é de pagamento em tempo real”, disse o CEO da fintech.

A CloudWalk levantou um total de US$ 360 milhões em financiamento de capital de risco, com uma avaliação de US$ 2,15 bilhões após sua última rodada de financiamento em 2021. A startuo tem a Coatue, a DST Global e o Valor Capital como alguns de seus principais investidores.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups