Rodadas da semana: inovação aberta avança em grandes empresas, aponta estudo

Estudo do Sling Hub com o Torq, da Evertec, com 87 empresas no país mostra que 73% mantêm iniciativas com orçamento recorrente; IA e dados são prioridade para 91% das companhias

Fitch advierte: aumentan riesgos locales y del crédito privado para empresas brasileñas.
22 de Novembro, 2025 | 06:01 AM

Bloomberg Línea — A semana que passou não contou com anúncios de rodadas em startups brasileiras, mas isso não significa que o ambiente de inovação não esteja acelerado.

Um estudo recém-concluído pelo Sling Hub em parceria com o Torq, hub de inovação da Evertec Brasil, deu a dimensão da evolução e do alcance de tais iniciativas na frente liderada por grandes empresas brasileiras.

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Três em cada quatro companhias (73%) mantêm iniciativas com orçamento recorrente. Percentual semelhante (76%) planeja manter ou aumentar os investimentos em inovação aberta nos próximos anos.

Do total, 33% pretendem ampliar recursos, 43%, manter os valores atuais, e apenas 6% projetam redução. Os 18% restantes ainda não definiram o orçamento.

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O levantamento mapeou 87 empresas com programas ativos de inovação no país, das quais 33 responderam à pesquisa detalhada. Na lista estão nomes como Embraer, EDP, Vale, Petrobras, Nvidia, IBM e Grupo Petropólis.

O investimento em inovação aberta é dominado por grandes corporações: 57% das organizações mapeadas têm mais de 10.000 funcionários.

A presença brasileira também é forte, com 75% das companhias com sede no país. São Paulo concentra 46% das operações nacionais, seguido por Rio de Janeiro (15%) e Minas Gerais (11%).

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No recorte setorial, finanças puxa a fila com 13% das iniciativas, acompanhado por indústria e energia, 11% cada, educação e saúde, 8% cada, e TI e Alimentos e Bebidas, 7% cada um.

Esses sete setores respondem por 65% do ecossistema que procura explorar a colaboração com startups e programas de incubação e aceleração.

As provas de conceito são a principal forma de colaboração entre corporações e startups, 91%, seguidas por contratação de soluções prontas, 85%, e parcerias comerciais, 82%.

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Programas estruturados de aceleração e Corporate Venture Builder alcançam 76%, enquanto investimentos diretos ou via CVC atingem 61%.

Na mensuração de resultados, 82% das empresas avaliam suas iniciativas por meio do impacto financeiro, com uso de métricas como aumento de receita e redução de custos como indicadores.

Métricas como engajamento interno, 39%, e tempo de implementação, 30%, têm uso menor.

As tendências e os obstáculos

A tendência, segundo o estudo, é que a inovação aberta avance impulsionada por tecnologias como inteligência artificial e dados, que despontam como prioridade para 91% das empresas nos próximos dois anos. Eficiência operacional e automação, com 79%, aparecem na sequência.

Apesar dos números elevados, a inovação aberta ainda enfrenta obstáculos para avançar no país.

O estudo identificou que acelerar os ganhos de escada de serviços e produtos após o projeto piloto é o maior desafio: aparece em citações de 55% das empresas, logo à frente de elementos como cultura corporativa avessa ao risco e dificuldades de integração com áreas técnicas, ambos com 52% cada.

Ao longo do ano, a Bloomberg Línea revelou, com exclusividade, alguns dos desafios na relação entre grandes empresas e startups.

A Braskem encerrou o fundo de CVC (Corporate Venture Capital), o Oxygea, logo após mudanças no seu quadro executivo.

A Unilever encerrou o Garagem, hub de inovação da gigante de bens de consumo, enquanto a Gerdau paralisou o Gerdau Next Ventures.

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