WeWork planeja pedir recuperação judicial e pode ser na próxima semana, diz WSJ

Empresa de coworking pode apresentar sua petição pelo Chapter 11 em Nova Jersey, segundo o jornal. WeWork não quis comentar o que chamou de ‘especulação’

WeWork enfrenta dificuldades financeiras na operação do seu modelo de compartilhamento de escritórios
Por Ellen Huet
31 de Outubro, 2023 | 06:43 PM

Bloomberg — A WeWork planeja pedir recuperação judicial e isso pode acontecer já na próxima semana, noticiou o Wall Street Journal no fim da tarde desta terça-feira (31).

A empresa que consagrou o modelo de compartilhamento de escritórios no mundo teve uma das trajetórias mais dramáticas do último boom de startups: chegou a alcançar uma avaliação de US$ 47 bilhões em 2019, antes de uma tentativa desastrosa de oferta pública inicial (IPO) e de enfrentar desafios ao seu modelo de coworking durante a pandemia.

A WeWork pode apresentar seu pedido para ingressar no Chapter 11 da justiça americana em Nova Jersey, segundo o WSJ.

A WeWork não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Bloomberg News.

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Para o Wall Street Journal, um porta-voz da WeWork não quis comentar o que classificou como “especulação”.

O Chapter 11 nos Estados Unidos refere-se a uma modalidade que permite às empresas se reestruturar e continuar a operar sem ter que pagar em dia as dívidas. No contexto brasileiro, é o equivalente à recuperação judicial.

A empresa fundada por Adam Neumann havia alertado em agosto, após o resultado do segundo trimestre, que não tinha certeza sobre se teria condições de continuar a operar, dadas as dificuldades financeiras. Naquele momento, disse que renegociaria muitos de seus contratos de locação para reduzir despesas.

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Segundo documentos financeiros públicos, a WeWork tinha 777 unidades em 39 países ao fim de junho, das quais 229 nos Estados Unidos. Tinha US$ 10 bilhões em obrigações de contratos de leasing de prédios comerciais entre o segundo semestre deste ano e 2027.

Brasil e América Latina

Não está claro como o pedido no Chapter 11, se confirmado, afetaria ou não as operações da WeWork no Brasil e na América Latina.

A empresa opera na região por meio de uma joint venture com o SoftBank Latin America Fund desde 2021: está presente em 12 cidades e 77 locais no México, na Argentina, no Brasil (em quatro cidades e 32 edifícios), no Chile e na Colômbia.

Segundo as empresas, a WeWork global, que opera nos Estados Unidos, e a WeWork América Latina operam como entidades corporativas distintas e de maneira independente. São mais de 50 mil membros e mais de 5.400 empresas atendidas pela WeWork na América Latina.

- Com informações da Bloomberg Línea.

- Em atualização.

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