Vibra recusa proposta de fusão da Eneva e cita relação de troca ‘injustificável’

Conselho aponta que pretende seguir com estratégia de distribuição de dividendos e alavancagem sob controle, mas não fecha a porta para oferta sob outros termos

Vibra Energia, que licencia a marca BR: empresa no alvo de uma proposta de fusão com a Eneva
Por Bloomberg Línea
28 de Novembro, 2023 | 08:22 PM

Bloomberg Línea — A Vibra Energia rejeitou oficialmente neste início de noite de terça-feira (28) a proposta de fusão apresentada pela Eneva no fim do dia no domingo (26). Segundo fato relevante, o documento proposta apresenta uma relação de troca que classificou como “injustificável”.

A proposta original agora recusada apresenta o plano de uma “fusão de iguais”, ainda que a Vibra tenha valor de mercado na bolsa brasileira cerca de 25% superior ao da Eneva e uma estrutura de capital mais saudável, com menor alavancagem e indicadores operacionais superiores.

No documento ao mercado nesta terça, que é assinado pelo VP de Finanças, Compras e RI, Augusto Ribeiro Junior, a Vibra disse que pretende manter “a estrutura de capital [...] dentro dos melhores padrões sem com isso sacrificar a distribuição de dividendos e o crescimento da companhia”.

“Neste contexto, o conselho de administração analisou a proposta e acreditamos que a relação de troca indicada é injustificável. Fica evidente que os termos de troca propostos para a combinação pretendida pela Eneva não possuem qualquer atratividade para os acionistas da Vibra.”

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A proposta de fusão da Eneva (ENEV3) com a Vibra (VBBR3), que criaria uma gigante com valor de mercado combinado de cerca de R$ 50 bilhões, pode resultar na terceira maior empresa de energia do país.

O racional por trás do negócio visa principalmente as oportunidades em transição energética, mas também abrange uma ambição da Eneva de se perpetuar no mercado e melhorar sua estrutura de capital.

“Não entramos no mérito estratégico de uma possível fusão neste momento. Contudo, as potenciais sinergias indicadas na Proposta precisam ser aprofundadas e foram, em grande medida, baseadas na solidez da nossa própria estrutura de capital e base única de clientes”, disse a Vibra.

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“Finalmente, entendemos ser essencial maior esclarecimento sobre o modelo de governança pretendido, caso a combinação de negócios venha eventualmente a ser consumada. Acreditamos muito na relevância de uma sólida estrutura de governança, porque aí reside boa parte do valor a ser criado.”

A Vibra, no entanto, não fechou as portas de forma definitiva para um eventual acordo.

A empresa disse que “estará atenta a uma eventual nova manifestação da Eneva, caso seja de seu interesse melhorar significativamente os termos apresentados, detalhando elementos necessários para o bom entendimento de uma eventual nova proposta de combinação”.

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